Crítica: Oito Mulheres e Um Segredo

O longa Oito Mulheres e Um Segredo chega aos cinemas nesta quinta-feira, dia 07, e promete atrair grande público aos cinemas. Com o suporte de Onze Homens e Um Segredo, do diretor Steven Soderbergh, este atual traz a versão feminina e atualizada. No entanto, deixou de aproveitar vários pontos positivos do antecessor e acabou caindo em uma série de clichês desnecessários.

Debbie Ocean é irmã do famigerado Danny Ocean, interpretado por George Clooney na película sitada acima. Ela acaba de sair da cadeia e já planeja um novo golpe para faturar milhões. Ela conta com a ajuda da parceira Lou e, juntas, elas reúnem outras mulheres para executar o plano de roubar uma joia durante o Baile do Met.

Desta introdução você já percebe que o filme é bem parecido com a versão masculina. Mas isso não seria problema algum se o roteiro deste aqui inovasse e fosse menos previsível. Cada cena, cada ato, é facilmente identificável pelo espectador, que começa a se entediar com a falta de elementos novos. Até o clímax do filme é perdido no meio de tantos clichês.

O diretor Gary Ross se limita, infelizmente, a reproduzir o roteiro masculino, sem dar corpo e identidade à esse. Ao invés de aproveitar a premissa e trabalhar em cima disso, ele simplesmente copiou e colou, sem adequar direito à questão feminina. Estamos falando de um elenco forte e majoritariamente feminino. Tudo isso poderia ser muito bem explorado. As possibilidades são infinitas. Mas Ross se contentou em trazer o básico do básico.

O grande suporte que esse filme tem, de fato, é o elenco. Uma atriz mais impecável que a outra e que funcionam muito bem juntas. Além de grandes atuações, temos uma unidade forte na equipe. Todas têm seus momentos de glória, mas se destacam entre a multidão também. Destaque especial para Rihanna, que mostra amadurecimento na atuação e está ótima no papel da hacker Bola Nove. Mas é claro que a dinâmica entre Sandra Bullock e Cate Blanchett é única e deliciosa de assistir.

Não menos importante, temos Helena Bonham Carter, Sarah Paulson, Anne Hathaway, Mindy Kaling e a mais novata Awkwafina. É tanta mulher retada junto que a gente até esquece o roteiro fraco. Elas valem a pena todos os momentos e as quase 2h de duração do filme.

Mesmo dentro de todos esses moldes pré-arranjados, Oito Mulheres e Um Segredo é um filme com começo, meio e fim, e funciona razoavelmente bem. O público se diverte, dá risada, fica animado. Tudo que é de se esperar desta proposta. O que decepciona mesmo é que ele poderia ir muito além disso, mas prefere ser apenas um longa comum. Vale a pena, sim, mas perdeu a chance de ser lembrado no futuro como algo inovador.

Assista ao trailer!