Bad Boys Para Sempre

Crítica: Bad Boys Para Sempre

Bad Boys Para Sempre chega aos cinemas nesta quinta-feira, 30 de janeiro, com a continuação dos dois primeiros filmes protagonizados por Will Smith (Aladdin) e Martin Lawrence (Vovó… Zona). Neste, a dupla de policiais está discutido se deve continuar ou não na corporação, já que a possibilidade de aposentadoria é real. Enquanto Mike Lowrey (Smith) está super animado para continuar nas ruas, Marcus Burnett (Lawrence) está mais preocupado em curtir a família e o neto que acabou de nascer.

Sinceramente, é cansativo o esforço de certas franquias em tentar dar continuidade a algo que não tem mais para onde ir. Pior ainda quando a falta de inovação e criatividade reina no roteiro, deixando a experiência do espectador completamente prejudicada. É justamente isso que acontece com Bad Boys Para Sempre. Como uma colcha de retalhos, o filme vai se desenvolvendo da pior forma possível, se levando a sério demais. Seria muito mais simples e acertado assumir sua veia besteirol.

Enquanto a dupla principal se esforça para fazer graça em momentos de drama, uma violência desnecessária é salpicada na tela. Sim, para um filme que tem uma proposta engraçada e divertida, este longa tem muitas cenas sangrentas e expositivas. O espectador é constantemente impactado com muito sangue e mortes trágicas, quando deveria estar dando gargalhadas. Gargalhadas essas que não vêm, a maior parte do tempo, porque o filme ainda quer inserir um drama desalocado para criar empatia pelos personagens.

Caminhando de maneira cansativa, fazendo o público ter a sensação que estar num filme de 3h de duração, Bad Boys Para Sempre anda em círculos até definir qual o destino de seus personagens. Temos ainda um plot twist aleatório e apelativo, que só nos faz ter certeza de que o roteiro foi pensado apenas para criar mais um longa de ação que renda boa bilheteria.

Bad Boys Para Sempre

O elenco tem até carisma e entrosamento. Vanessa Hudgens (Um Passado de Presente) surge meio que do nada em um papel bem coadjuvante, mas interessante e diferente do que ela costuma se propor. Paola Núñez também está bem como a tensão amorosa de Lowrey e chefia do esquadrão. Nada disso consegue salvar, no entanto, a queda do penhasco do roteiro.

O pior, no entanto, é a vilã. Completamente estereotipada como uma mulher sensual, mexicana, que mexe com bruxaria (sim, ela é chamada de La Bruja), velas acesas e vários santos no altar. É completamente ridículo o surgimento dela, assim como a relação com o restante da estética do longa. Um preconceito escancarado, não apenas com os latinos, como com a mulher em si. Em dado momento, nos perguntamos se estamos assistindo a uma novela mexicana da época de Maria do Bairro.

Para além disso, é como se Bad Boys Para Sempre mirasse em Velozes e Furiosos e acertasse num filme de baixa qualidade criado por um estúdio sem orçamento. Ao invés de se dedicar a arte das cenas mentirosas, comédia clara e objetiva, ele tenta fazer do filme algo épico, que simplesmente não acontece. É uma experiência angustiante que deve ser evitada.

Direção: Adil El Arbi, Bilall Fallah
Elenco: Will Smith, Martin Lawrence, Vanessa Hudgens, Alexander Ludwig, Charles Melton, Paola Núñez, Kate Del Castillo, Nicky Jam

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