Especial O Escândalo

Especial O Escândalo: Filmes Sobre o Mundo do Jornalismo

Já está em cartaz, em Salvador, O Escândalo. O filme conta a história da denúncia de assédio de um grupo de mulheres da Fox News contra um empresário de alto cargo da empresa, o Roger Ailes. Dirigido por Jay Roach (Trumbo: Lista Negra), o longa conta com um elenco de atrizes renomadas, figuras cativas em premiações, como Charlize Theron (Tully), Nicole Kidman (Lion: Uma Jornada para Casa), Margot Robbie (Eu, Tonya) e Katie McKinnon (Caça-Fantasmas).

A história em si tem uma potência considerável, tanto pela fato de disseminar o acontecido para um público internacional, como pelos possíveis debates que ele pode gerar. As atuações do longa também são bem performadas, apesar de passarem a impressão de representação em alguns momentos, dando um tom de artificialidade. Contudo, há o enquadramento de mostrar na produção os absurdos acontecidos dentro da Fox com as funcionárias e apenas por isso, a projeção já vale o ingresso.

Como a história se passa, majoritariamente, numa redação jornalística, o Coisa de Cinéfilo resolveu elencar obras que trazem o mundo das notícias, dos jornalistas, casos bombásticos investigados por eles e algumas histórias baseadas em fatos reais. Para dar leveza para a possível maratona do leitor, dividimos a lista em dramas e comédias. Confira o Especial O Escândalo!

DRAMAS

A Montanha dos Sete Abutres

3 – A Montanha dos Sete Abutres (1951) – Dirigido por Billy Wilder (Quanto Mais Quente Melhor), a produção conta a história de Chuck (Kirk Douglas), um jornalista um tanto fracassado. No enredo, após o rapaz ser retirado de onze jornais, vai parar em um periódico do Novo México. Lá, ele vai cobrir uma matéria e começa a aumentar o caso para render notícia. Além de retratar o sensacionalismo e os enxames corriqueiros, o roteiro de Wilder e Lesser Samuels (O Ódio é Cego) consegue captar a ganância e os egoísmos que as pessoas podem chegar, através de diálogos sutis e diretos. A atuação de Douglas cresce, principalmente por equilibrar um lado feroz com certa sensibilidade, trazendo camadas para a personagem.

Todos os Homens do Presidente

2 – Todos os Homens do Presidente (1976) – Bob Woodward (Robert Redford) e Carl Bernstein (Dustin Hoffman) são dois jornalistas do Washington Post que estão tentando desvendar os mistérios de um possível crime cometido por um funcionário da Casa Branca, o que acabou sendo conhecido posteriormente como o caso Watergate. O longa, dirigido por Alan J. Pakoula (A Escolha de Sofia), faz uma criação de tensão, trabalhando, por exemplo, com um jogo de iluminação que faz o espectador duvidar do informante da dupla. Muitas vezes, o perigo parece iminente, mesmo quando não o é, o que aproxima o público das prováveis sensações que os repórteres tiveram no período de apuração. Além da qualidade técnica da obra, é uma ótima oportunidades para estudantes de jornalismo descobrirem muitas dicas de como atuar na profissão de maneira correta e ética.

Cidadão Kane

1 – Cidadão Kane (1941): “Rosebud”! Clássico fundamental, não apenas para os amantes do jornalismo, mas para cinéfilos, o filme conta a história de ascensão de um jornalista estadunidense, que se transforma em um grande magnata. Considerada por muitos como a melhor direção de Orson Welles (A Marca da Maldade), o cineasta imprime na tela a sensação de proximidade com o protagonista, na forma como enquadra as cenas. Mas, em todo momento é relembrado o distanciamento que este tipo de figura causa nas pessoas. Nesta relação dual, a projeção ganha uma camada profunda e que instiga o público a buscar compreender e criticar Kane em sua totalidade. Além disso, a obra revela características sobre o jornalismo e como as grandes empresas o tratam.

COMÉDIAS

Especial O Escândalo

3 – O Âncora (2004): Sátira com os telejornalistas dos anos 1990, o longa mostra como o sucesso da novata Veronica (Christina Appllegate) incomoda o veterano Ron (Will Farell). Dirigido por Adam McKay (A Grande Aposta), a produção critica, através do humor, o machismo dentro de emissoras de TV e o narcisismo dos âncoras. A projeção não vai muito além de fazer algumas piadas com os temas que parece querer abordar, mas, de toda forma, é uma comédia divertida. Além disto, Farell está em sua melhor forma, como era recorrente estar no início dos anos 2000. Seus trejeitos e frases punch, com uma expressão facial “neutra”, aumenta a graça do que está sendo dito, um dos trunfos de alguns comediantes. Em 2013, o filme até ganhou uma continuação, porém um tanto menos bem realizada que a obra original.

Especial O Escândalo

2 – Um Amor de Professora (1958): Doris Day e Clark Gable são dois grandes nomes do cinema clássico hollywoodiano! Somente pela presença da dupla na tela e a dinâmica que eles constroem em cena já vale o filme inteiro. Contudo, a premissa da trama também é um ponto alto, por ser divertida, bem executada e até crível. Mas, onde entra a temática do especial nisso tudo? A personagem da Doris, a Erica, é uma professora de jornalismo e não suporta o James (Clark),  editor de um periódico. Sabendo disto, o rapaz começa a frequentar as classes dela, fingindo ser iniciante na área. As situações são bastante engraçadas, mas também românticas, claro.

O Diabo Veste Prada

1 – O Diabo Veste Prada (2005): Adaptado da obra homônima de Lauren Weisberger, o enredo é baseado em uma experiência real da vida da autora. Assim como no livro, o filme mostra as peripécias de Andrea Sachs (Anne Hathaway). Após a jovem começar a trabalhar para uma grande revista de moda dos Estados Unidos, a Runway, sua vida muda completamente. Além de estar cercada por várias colegas de trabalho competitivas e com severos distúrbios alimentares, ela precisa lidar com uma chefe super exigente e maldosa, a Miranda Priestly (Meryl Streep). Além de ser um longa que mostra a ótica de um outro tipo de jornalismo que geralmente é mostrado pelas produções midiáticas, revelando o estilo e a vida da redação desta editoria, a projeção tem como ponto alto a interpretação de Streep, que se inspirou na “verdadeira” Miranda, a Anna Wintour, editora da Vogue. Em 2006, O Diabo Veste Prada foi indicado a 2 Oscar, nas categorias Melhor Atriz, para Meryl e Melhor Figurino para Patricia Field (Sex and the City: O Filme).

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