filme o poder de diane

Entrevista com o diretor Fabien Gorgeart, do filme O Poder de Diane

Esta semana estreia nas salas de cinema a dramédia O Poder de Diane. O filme é o primeiro longa-metragem do cineasta Fabien Gorgeart, que escreveu e dirigiu a produção inspirado na atriz Clotilde Hesme (Canções de Amor). De fato, a protagonista é o ponto alto da obra e nossa crítica você pode conferir aqui!

Na história, o público vê como ocorre a gestação de Diane (Hesme).  A moça decidiu ser barriga de aluguel para seus dois amigos: Jacques (Grégory Montel) e Thomas (Thomas Suire). No meio de tudo isso, ela está reformando a casa dos avós e conhece um rapaz e começa a namorar com ele. O enredo gira em torno de como a personagem principal lida com todos estes elementos novos de sua vida.

Em junho deste ano, Gorgeart esteve em Salvador para exibir o filme no Festival Varilux de Cinema Francês. Aproveitando a estadia do artista francês na cidade, o Coisa de Cinéfilo fez uma entrevista com ele e descobriu alguns detalhes sobre longa. Confira agora!

ENTREVISTA
fabien-gorgeartEnoe Lopes Pontes – Este é seu primeiro longa-metragem, como você enxerga sua trajetória até a realização dele?

Fabien Gorgeart – Foram 4 anos entre o início da escrita do roteiro e o fim da filmagem. Eu penso que a história do filme e a trajetória dos personagens foram rapidamente encontradas. O que foi longo de escrever foi o sabor do filme, quer dizer, a forma de fazer os leitores, os financiadores compreenderem o tom do longa. Também foi necessário aceitar que a narração avança sem nenhuma grande reviravolta, como se tudo fosse simples e normal para Diane. O objetivo é que o filme seja engraçado e leve e que a explosão emocional nos surpreenda no final.

ELP – Como você vê as os estilos de família que podem existir não só na França como no mundo inteiro? Há uma vontade de discutir este assunto no longa?

FG – Eu estava muito interessado neste tema e a ideia desta personagem feminina surgiu tanto das notícias como das coisas que poderiam ter acontecido à minha volta. Meu filme não pretende ser militante, mas eu queria colocar a figura de Diane neste espaço contemporâneo de reflexão: como o conceito de família pode ser redesenhado, uma mulher que carrega uma criança para os outros é uma situação de profunda liberdade ou total subjugação. Isso levanta questões muito fortes e também há esse efeito de transformação do corpo que é fascinante de filmar.

ELP – Como você construiu a atmosfera cômica e de romance do filme, mesclada com a questão familiar?

FG – A comédia só é interessante se serve para explorar o drama, o trágico. Aqui a comédia segue completamente a lógica do personagem de Diane. Diane é leve e engraçada, ela se move despreocupada e livre nesta gravidez. Até que ela compreende a medida do que fez. A emoção é tão mais forte no final, porque nós, como Diane, quase aceitamos que era tão fácil para ela ser desapegada, mas não é! Assim, neste filme a comédia busca fazer esquecer, mas o drama está lá!

ELP – Como você trabalhou a dinâmica entre as personagens Diane, Thomas e Jacques e Diane e Fabrizio?

FG – Eu escrevi para atores com quem já trabalhei. Então eu também estava muito inspirado pelo que eles eram para mostrar um forte senso de proximidade com eles. Eu usei meu senso de proximidade com eles para tentar colocá-los nos filme. O roteiro tem muita coisa escrita, mas há também cenas improvisadas, o que dá ao filme um sentimento natural.