Crítica: Viva – A Vida é Uma Festa

A Pixar retorna mais uma vez às telonas com um filme que vai deixar adultos e crianças completamente encantados. Viva – A Vida é Uma Festa não é apenas um desenho animado super colorido e com personagens envolventes. É uma aula de como lidar com as adversidades da vida e da morte. Aliás, é lindo de ver o estúdio tratando a temática “morte” com tamanha naturalidade e cuidado.

A narrativa gira em torno de Miguel, um menino que ama música mas sofre com a família que simplesmente repudia qualquer canção. Tudo isso por conta de um trauma familiar, quando a tataravó do garoto foi abandonada pelo marido, que caiu na estrada para ser músico. No Dia dos Mortos no México, quando os antepassados são festejados, o menino acaba cruzando para o mundo dos que já foram e encontra com seus familiares falecidos.

O filme tem personagens muito envolventes, que vão desde o protagonista simpático até o cachorro de rua que se relaciona com ele. A história vai sendo construída e envolvendo todos os familiares do garoto, explicando como tudo aconteceu e porque as pessoas agem daquela forma. É um cuidado narrativo muito grande, que faz toda a diferença na hora de envolver o espectador.

Além de ser bem colorido, o filme tem muita música (como os clássicos Disney) e muita animação. Embora seja um longa que o espectador ri bastante, é uma emoção atrás da outra. A relação de Miguel com seus parentes, com os mortos. Aliás, essa relação com a morte é tratada de maneira fantástica. A Pixar ousa falar com crianças sobre os diversos tipos de morte, seja por velhice, por doença, acidentes e até assassinatos. Ainda que trate de temas mais “pesados”, o estúdio consegue fazer isso da forma mais leve possível, sem criação de céu e inferno ou sem aquele ar tenebroso em torno dos mortos.

A estrutura familiar e o núcleo criado é que dá o tom do filme. Trata-se de uma história amorosa, carinhosa e amigável. Todos podem se identificar em muitos momentos. E é inevitável o choro que vem nas diversas cenas de emoção natural. Sim, o filme consegue nos fazer rir e chorar sem precisar se esforçar para isso. Ele fala, especialmente, da relação com nossos antepassados e como é importante manter viva a memória dos que já se foram.

Além disso, ele consegue tratar de toda essa temática sem envolver nenhum tipo de religião, fazendo com que ainda mais pessoas se sintam representadas. Fala de crença e fé, mas não especifica nada, deixando para o espectador a tarefa de criar esse universo religioso.

Viva – A Vida é Uma Festa é um presente de início de ano para todos, com várias lições sobre relações afetivas, sentimentos, crenças e persistência. Mas principalmente, ele fala de lembrança, de recordação, da importância de saber a história de sua família. Lindo e emocionante, o filme é tudo aquilo que se esperava e muito mais.

Assista ao trailer!