Os 7 de Chicago

Crítica: Os 7 de Chicago (Netflix)

3.8

Indicado ao Oscar 2021 em 6 categorias (Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia, Melhor Montagem e Melhor Canção Original), Os 7 de Chicago é uma apurada recriação do julgamento resultante de uma manifestação contra a guerra do Vietnã que interrompeu o congresso do partido Democrata em 1968. Tiveram vários confrontos, que resultaram no indiciamento de 16 pessoas. Com direção de Aaron Sorkin (Steve Jobs), o filme conta com Yahya Abdul-Mateen II (Aquaman), Sacha Baron Cohen (Borat: Fita de Cinema Seguinte), Joseph Gordon-Levitt (Entre Facas e Segredos), Eddie Redmayne (Animais Fantásticos e Onde Habitam), John Carroll Lynch (Jackie), Alex Sharp (As Trapaceiras) e Mark Rylance (Dunkirk) no elenco.

A história verídica é exposta pelo foco que explora os personagens e suas minúcias de comportamento, com o objetivo de atrair o espectador a defender a causa que está sendo colocada em pauta. O perfil de Os 7 de Chicago é de um filme com roteiro predominantemente lento, que tem uma leve pressa no começo, mas que segue constante logo a seguir. Com isso, o espectador consegue compreender de maneira mais ampla as discussões que vão acontecendo, tal qual acontece com os jurados em cena.

Isso acaba levando a uma quebra de ritmo que poderia ser evitada com mais cenas expositivas e mais conteúdo de fato que fosse trazido. No entanto, é compreensível imaginar o quão complexa é a temática para colocar em 130 minutos de exibição. Os pontos mais importantes são destacados. Em especial, temos o contra ponto dos advogados de acusação, que pairam na berlinda da dúvida e objeção do tratamento dado pelo juiz responsável ao caso.

Os 7 de Chicago

Várias demandas são debatidas e resolvidas em cena, sem beirar o excesso que poderia ocasionar em um roteiro como esse. O constante retorno aos tribunais – são dezenas de dias que vão sendo contados ao espectador – seria exaustivo e deveras monótono caso esses pequenos fios não fossem inseridos na trama, como o racismo com o personagem Bobby Seale.

O que eleva a produção a um nível ainda maior é a escolha acertada de elenco, especialmente no caso de Sacha Baron Cohen, que está excepcional no papel de Abbie Hoffman. É muito interessante ver o quão camaleão ele consegue ser em cena, sem deixar rastros de personagens passados ou que marcaram sua carreira. Eddie Redmayne também tem seu destaque merecido. O elenco, como um todo, demonstra muita unicidade e química, o que consegue encobrir alguns calos do roteiro.

Com uma história importante e de força, Os 7 de Chicago não recorre aos excessos para trazer importância à sua trama. É um filme com bom embasamento e trabalho dedicado de roteiro, atuação e direção, que rendeu merecidas indicações ao Oscar 2021. Ele tem potencial real de levar estatuetas, especialmente na categoria Melhor Ator Coadjuvante.

Direção: Aaron Sorkin
Elenco: Yahya Abdul-Mateen II, Sacha Baron Cohen, Joseph Gordon-Levitt, Eddie Redmayne, John Carroll Lynch, Alex Sharp, Mark Rylance

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