Crítica: Moana – Um Mar de Aventuras

A revolução das histórias dos últimos desenhos animados mostra o quanto a sociedade tem evoluído em determinados temas polêmicos como machismo, direitos iguais, bullying, preconceito, racismo, desigualdades, etc. A prova disso é que cada vez mais as animações vêm saindo daquele padrão histórico de “meninas brancas em apuros que são resgatadas por príncipes encantados”. A Disney tem comprado essa ideia, essa mudança, e isso é apenas maravilhoso.

Em Moana – Um Mar de Aventuras, a jovem protagonista é filha do chefe de uma tribo que fica em uma ilha isolada na Oceania e deve assumir o posto de seu pai em breve. Acontece que ela quer desbravar os oceanos, enquanto as regras do local determinam que os nativos não podem ultrapassar os limites dos recifes. Mas quando o sustento de peixes começa a ficar escasso, Moana tem que reunir toda a sua coragem para vencer os desafios de enfrentar o lendário semideus Maui e recuperar a esperança de sua ilha.

É muito bom ver uma história que é centrada em um povo diferente daquele costumeiro da Disney. Aprender uma nova cultura, um novo estilo. Tudo isso enriquece historicamente, especialmente as crianças. Acabou esse foco absurdo de sempre termos uma jovem em perigo que precisa de um príncipe encantado que chegue no último momento para salvá-la. Em Moana – Um Mar de Aventuras, não há relacionamento amoroso, o que mostra para as crianças que as amizades são fortalecidas e podem ficar apenas nisso. Acaba com esse romantismo forçado de que tudo termina em casamento, deixando claro, ao mesmo tempo, que a amizade é tão incrível quanto.

Todo o roteiro é muito lúdico e envolvente, com uma história fofa e recheada de músicas empolgantes. É um clássico Disney, no final das contas, mas atualizado para os tempos atuais. A protagonista canta e dança, os coadjuvantes também, e até o vilão é suavizado no final, mostrando que todo mundo tem seu lado bom. O próprio cenário interage, as plantas, as árvores e o próprio oceano. É realmente lindo.

Com relação aos personagens, o filme circula principalmente em torno de Moana, Maui e da avó. O que é bem interessante e faz todo o sentido. Mas tem outros coadjuvantes que desempenham certo deslize na trama, como o Frango. Ele é muito engraçado, mas não tem variedade de gestos. Faz basicamente a mesma coisa em todas as cenas, então fica um pouco entediante. E o espectador sente muita falta do porquinho ao longo da expedição de Moana pelo mar adentro.

Moana – Um Mar de Aventuras realmente é um filme muito divertido e voltado para o público infantil. Ele é fofo e suave, conquistando os adultos também. Ele exalta a cultura da polinésia em todos os momentos, o que é incrível, especialmente por ser uma região pouco retratada no cinema infantil e pouco explorada historicamente. Com relação ao Oscar, acredito que Zootopia ainda tem uma força muito maior por discutir questões mais fortes e de maneira muito mais contundente.

Confira o trailer abaixo!

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