Casamento em Família

Crítica: Casamento em Família

2.3

Casamento em Família chega aos cinemas como uma comédia romântica que traz elenco de peso, recheado de grandes nomes como Diane Keaton (As Rainhas da Torcida), Susan Sarandon (A Despedida), Richard Gere (Norman: Confie em Mim) e William H. Macy (O Quarto de Jack). Para o casal “principal”, temos a dupla Emma Roberts (Nerve – Um Jogo Sem Regras) e Luke Bracey (Até o Último Homem), que já trabalhou anteriormente no gostosinho Amor Com Data Marcada.

A ideia começa bem interessante. Michelle (Roberts) fica frustrada ao tentar pegar o buquê do casamento de sua amiga e ser interpelada pelo namorado, Allen (Bracey), que se atira na frente, impedindo que as flores cheguem em sua mão. Isso acaba dando um clique na garota, que começa a se questionar se ele é, de fato, o homem que ela vai traçar caminhos lado a lado. Ele, por sua vez, fica uma pilha pois não quer perder a garota, mas tampouco acredita no matrimônio.

Paralelo a isso, temos dois casais mais velhos que vivem momentos extra conjugais. Grace (Keaton) está sozinha no cinema quando se depara com um homem, Sam (Macy), aos prantos com o filme, o que a deixa intrigada. Ela vai prestar ajuda e acabam se interessando um pelo outro. Aquela se torna uma noite bem diferente, onde eles quase têm uma relação sexual, mas escolhem viver momentos mais intensos de companheirismo. Do outro lado, temos Howard (Gere) tendo uma epifania de vida na cama, enquanto Monica, sua amante, tenta chamar a sua atenção para conseguir transar.

Casamento em Família

A premissa é ótima e nos faz crer que vamos caminhar por lugares divertidos, uma vez que os três casais começam a se conectar. No entanto, de alguma forma, o roteiro de Casamento em Família deixa tudo tão morno que é frustração em cima de frustração. Os personagens evoluem muito pouco e acabam sendo caricatos demais. Não há aprofundamento na história de ninguém e temos muita dificuldade em definir quem são os protagonistas da história, mas não de uma maneira boa (tem filme que consegue fazer isso formidavelmente). Navegamos num marasmo cheio de potencial, o que acaba nos causando ainda mais frustração.

Por outro lado, temos uma sensação de repetição de personagens. A própria Emma Roberts e o Luke Bracey fizeram um par romântico que não se entendia há menos de dois anos. Richard Gere como mais um bonitão de terceira idade em crise. Susan Sarandon debochada e com o sex appeal lá em cima. Mas para mim, a pior é Diane Keaton. E entenda: adoro ela e acho uma ótima atriz. Porém, não aguento mais ver os mesmo personagens há anos. Sempre uma mãe de família em crise, com casamentos envolvidos na história, usando gola rolê, casacos xadrez e calças skinny. A sensação que eu tenho é que ela usa o mesmo figurino para as personagens HÁ ANOS. Se colocar um frame deste filme e de Tudo em Família, que tem 18 anos de lançamento, não saberíamos diferenciar qual é qual.

Frustração após frustração, Casamento em Família simplesmente acaba quando começa a pegar um ritmo mais promissor. Temos finalmente um ápice, mas ele é interrompido logo na sequência com o fim do filme. Talvez uns 40 minutos a mais conseguissem mudar o rumo desta narrativa. No entanto, o que ficou foi um longa muito pouco memorável, pobre em romance, pobre em comédia, que só nos deixa apenas com atores incríveis e dinâmicas razoáveis.

Direção: Michael Jacobs

Elenco: Emma Roberts, Luke Bracey, Diane Keaton, Susan Sarandon, Richard Gere, William H. Macy

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