Crítica: Annabelle 3: De Volta para Casa

Mais um longa da série de derivados da franquia Invocação do Mal iniciada em 2013 com o filme de James Wan chega aos cinemas. Trata-se de outro título protagonizado pela boneca que serve de canal para possessões demoníacas, Annabelle. Annabelle 3: De Volta para Casa estreia com a promessa de contar mais uma história apavorante protagonizada por ela mas também apresentar novas aparições sobrenaturais que têm tudo para ser exploradas em outros derivados de horror, afinal, é assim que esses filmes têm funcionado até aqui.

Acontece que, se Annabelle 2: A Criação do Mal demonstrou vigor semelhante aos dois Invocação do MalAnnabelle 3: De Volta para Casa só não vacila tanto quanto os lamentáveis Annabelle A Freira pois de maneira geral é bem mediano. O filme soa como um grande showroom do catálogo de horror da Warner e não como uma narrativa que se sustenta por si só.

O longa acerta ao ter como base da sua trama a família Warren, centrando suas atenções na filha do casal. Interpretados por Patrick Wilson e Vera Farmiga. O casal de especialistas em aparições sobrenaturais funciona como uma espécie de garantia de qualidade para a história. Os Warren dos atores sempre foram um dos elementos mais fortes dos longas Invocação do Mal pela química, carisma e dignidade que a dupla apresenta em cena. Entretanto, Annabelle 3 só dá um gostinho com a participação de Wilson e Farmiga porque o “miolo” da sua trama pertence mesmo é a sua filha.

A trama de Annabelle 3: De Volta para Casa acontece mesmo quando os personagens de Farmiga e Wilson se despedem da única filha deixando-a em casa aos cuidados de uma babá adolescente. Quando a amiga do moça fica sabendo que ela trabalha para os Warren imediatamente fica curiosa pelas histórias do casal e descobre a sala secreta onde eles guardam todos os objetos coletados de suas ações em locais que servem de cenário para manifestações demoníacas. Quando a garota retira a boneca Annabelle do seu guardador, diversos fenômenos macabros passam a atormentar as duas meninas durante a noite que passam cuidando da filha do casal.

O enfoque dramático de Annabelle 3 versa sobre o desejo de uma das garotas de rever o seu pai falecido. O filme tenta amarrar essa história à própria jornada dos Warren, o que rende um dos melhores momentos do longa e que evidencia um propósito para a obra que vai além do óbvio anseio do estúdio de expandir os horizontes da sua franquia. O problema é que até chegar lá, Annabelle 3 vira um grande “parque de diversões do horror” sem plot algum que parece funcionar na fórmula simplista das aparições demoníacas “tocando o terror nos seus personagens”.

Em síntese, Annabelle 3 parece só existir mesmo para ser uma espécie de apêndice ou aperitivo do que vem por aí no futuro do horror na Warner.  Com direito até a monstros em CGI, coisa que até então (ainda bem) não tinha ocorrido na franquia, Annabelle 3 é um capítulo até divertido desse universo, mas que, na essência, é relativamente incipiente.

Direção: Gary Dauberman
Elenco: Mckenna Grace, Madison Iseman, Katie Sarife, Vera Farmiga, Patrick Wilson, Michael Cimino, Samara Lee, Kenzie Caplan, Sade Katarina, Steve Coulter

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