Crítica: Tudo e Todas as Coisas

Imagine o desespero de viver a vida inteira dentro de uma casa fechada, sem poder ir na rua nem para pegar as cartas que chegam? Maddy é um jovem que está prestes a completar 18 anos e viveu sempre assim. Ela tem uma doença rara que a torna extremamente frágil frente as bactérias e vírus que o mundo possui. Sendo assim, para que ela não morra, viver aprisionada é a única escolha. Tudo estava aceito e tranquilo, até que surge o vizinho curioso, Olly, que acaba fazendo amizade com a jovem.

O longa Tudo e Todas as Coisas traz uma temática muito recorrente ultimamente, principalmente no universo juvenil: a morte iminente e como a pessoa aprende a lidar com tudo isso. A jovem parece muito feliz, apesar de suas limitações, e aprende a curtir seu dia a dia, mesmo que eles sejam, em sua maioria, iguais. Mas, como toda adolescente, ela quer algo a mais. E esse algo a mais surge com o vizinho ao lado, que vai encantando a menina todos os dias.

O filme é uma bonita história de amor e superação, quando até mesmo arriscar a vida parece uma boa ideia, mesmo que seja para viver um único momento. O enredo coloca em destaque a diferença, que não é clara para muitas pessoas, de “viver” e “sobreviver”. A menina começa a se questionar se realmente vale a pena prolongar a vida, se aquele é o tipo de vida que ela leva desde sempre. Não seria melhor viver menos dias, mas que esses dias fossem mais intensos e verdadeiros?

A diretora novata Stella Meghie consegue mesclar a criatividade da menina com a realidade que a cerca, tornando o filme muito mais dinâmico do que poderia ser. O roteiro é baseado em um livro, então imagino que ela conseguiu transpor bem para as telonas situações como os pensamentos da jovem protagonista.

Além disso, ela mescla o sofrimento do casal principal com músicas indies que tornam tudo mais suave e romântico. É realmente uma gracinha de ver o amor surgindo e, com ele, a esperança de dias melhores. Apesar de exagerar um pouco em alguns momentos, a cineasta privilegia uma decoração e vestimentas mais clean, com o objetivo de mostrar a necessidade de organização e limpeza que a situação de saúde de Maddy exige.

O problema do longa, no entanto, é a falta de um ápice mais interessante. A história, como um todo, é leve e encantadora, mas exigiria um final mais emocionante para justificar tudo que acontece ao longo da narrativa. Infelizmente, isso não acontece. A diretora mantém o mesmo ritmo do filme inteiro, o que prejudica um pouco o final. Além disso, soa um pouco óbvio e piegas aquilo que acontece no final, como se todos os caminhos indicassem que aquilo iria acontecer.

De qualquer forma, é um filme mediano e fofinho, que certamente vai agradar muita gente, principalmente as adolescentes apaixonadas.

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