Conquistar Amar e Viver Intensamente

Crítica: Conquistar, Amar e Viver Intensamente

Chega aos cinemas nesta quinta-feira, dia 20 de dezembro, o longa francês Conquistar, Amar e Viver Intensamente. A comédia dramática conta a história de Jacques, um escritor sem sucesso que vive tentando se encontrar, em um complicado período dos anos 1990. Homossexual, o protagonista vai lidando com diferentes experiências e buscando compreender o seu verdadeiro propósito.

O filme começa de maneira construtiva, mostrando fins de relacionamentos e os desdobramentos que aquilo pode levar. Temos como foco, além de Jacques, o jovem estudante Arthur, que está aprendendo a lidar com sua sexualidade e passando por um processo de afirmação. A construção do enredo deixa um pouco a desejar no que se refere a qualidade dos personagens envolvidos. Por uma semelhança comportamental grande e até física também, o espectador tem dificuldade em se localizar com relação à trama. Em alguns momentos, não sabemos ao certo a importância daquele personagem, o que dificulta muito o desenvolver da história.

Ao longo da trama, os personagens vão revelando novas camadas e atraindo mais a atenção do espectador. Jacques vai se mostrando cada vez mais transtornado com suas escolhas e motivações, enquanto Arthur claramente está se esforçando para definir efetivamente qual o caminho da sua sexualidade. Mesmo com cenas de sexo explícitas, o filme consegue não ser tão expositivo quanto a trama solicita, dando uma característica mais branda (embora ainda enfática).

Talvez o principal problema de Conquistar, Amar e Viver Intensamente é o ritmo excessivamente monótono e lento. Tudo demora muito a acontecer e os personagens não são tão interessantes ou simpáticos a ponto de suprir esses intervalos de “ação” na narrativa. O que acaba acontecendo é um espectador cansado e entediado com promessas que demoram a se cumprir.

Conquistar Amar e Viver Intensamente

O tom do filme é forçadamente poético, com diálogos expositivos longos e que pouco acrescentam à trama, além de conferir um aspecto artístico. O que não é exatamente um problema, se fosse utilizado com moderação e coerência. O que carece aqui é a dosagem mais certeira.

A relação dos personagens com a AIDS vai se dando aos poucos e de maneira muito respeitosa. Eles vão sendo cercados de amigos que acabam morrendo pelo vírus, mas este não é o foco principal do roteiro. Este é um filme sobre sentimentos e emoções. A AIDS é apenas um adereço na construção da trama.

No quesito elenco, temos interpretações dedicadas de Pierre Deladonchamps, como Jacques, e Vincent Lacoste, como Arthur. Ambos consegue conferir equilíbrio à trama e sentimento aos personagens, que em dados momentos são furtivos demais.

Conquistar, Amar e Viver Intensamente é um longa interessante e com um bom roteiro de fundo, mas que se perde no excesso de objetivos artísticos e no ritmo excessivamente monótono. Vale a pena pelo contexto completo, mas não é, definitivamente, um filme que vai agradar as maiorias.

Assista ao trailer!