Crítica: Assassin’s Creed 

A adaptação de um jogo de videogame para as telonas não é algo particularmente fácil. Veja Warcraft, por exemplo, que teve um excelente gráfico transportado para o cinema, mas a história deixou a desejar. Por mais atrativo que seja o game, não é sempre que o roteirista consegue atrair todos os públicos que vão além dos jogadores.

No caso de Assassin’s Creed, o protagonista Callum Lynch experimenta as memórias genéticas de seu ancestral, Aguilar, na Espanha do século XV, através de uma tecnologia revolucionária. Callum descobre que é descendente de uma misteriosa sociedade secreta, os Assassinos, e acumula conhecimentos e habilidades incríveis para enfrentar a organização opressiva e poderosa dos Templários nos dias de hoje.

A história por si só teria um gancho interessante, mas é conduzida de forma muito superficial e pouco eloquente. Para se ter uma ideia, chega a ser entediante. E quando se imagina que um filme de ação e batalha é entediante a ponto do espectador lutar contra o sono, o problema certamente vai além do enredo.

A narrativa não é tão atrativa, os personagens, por mais que sejam protagonizados por excelentes artistas, não conseguem cativar o espectador. Tudo isso cria um verdadeiro combo para que o filme não seja nem perto de bom.

O diretor Justin Kurzel, conhecido pelo ótimo trabalho em Macbeth: Ambição & Guerra, traz uma boa condução de cenas e consegue recriar o universo do jogo de forma fiel. No entanto, falta empatia com os personagens. O que realmente salva este aspecto é o elenco de peso. Marion Cotillard, Jeremy Irons e o próprio Michael Fassbender se esforçam em todos os momentos para criar o melhor em cada cena, em cada fala. Mas há um limite que os prende, que os define.

A equipe gráfica conseguiu criar um cenário muito bom, principalmente levando em conta a necessidade de inserir o mundo espanhol da narrativa de séculos passados. E isso realmente contribui de forma positiva para o longa. Mas ainda assim, não consegue desviar o foco dos diálogos entediantes. Infelizmente, o trailer consegue causar mais alvoroço que o próprio filme.