Crítica: Elis

Somente quem não ama música pode assistir a esse filme com um filtro de criticidade maior do que o meu. Andreia Horta canta e encanta o público ao interpretar a vida e obra da cantora Elis em sua biografia. Com o roteiro e direção de Hugo Prata, o longa entrega ao telespectador a dor e a delícia da intérprete que revolucionou a forma como o show business acontecia e participou do movimento da Música Popular Brasileira.

Com cenas dramáticas, músicas clássicas da MPB e Bossa nova, a trilha sonora do longa traça um ritmo delicado e dramático. A vida e obra da Pimentinha, como era chamada, é mostrada na linha de tempo cronológico e com quebras bruscas de ritmo. Elis entra em cena e se apresenta no bar do Ronaldo Boscôli (Gustavo Machado) e Miéle (Lúcio Mauro Filho) e arranca suspiros de todos os cariocas do local, logo em seguinte ela entra em cena com Jair Rodrigues (Ícaro Silva) no programa de auditório “O Fino da Bossa”.

A direção de fotografia de Adrian Tejido destaca cenas com a estética de novelas globais, de modo a mostrar a protagonista Elis de forma multifacetada, ora bem iluminada nos palcos, ora com uma luz subjetiva durante momentos de crise.

O elenco coadjuvante e o Globo Filmes produções, encabeçadas por Cacá Diegues e Fábio Zavala, dão um ar novelesco à trama, com excessos de cenas dramáticas, dignas de tramas das oito. O roteiro de Hugo Prata foi compartilhado com Luiz Bolognesi e Vera Egito, apresenta muitos fatos e poucas cenas desenvolvidas. O tempo de duração do filme exige que haja um limite de temas e experiências da vida da Elis a serem mais desenvolvidos. Na trama há a presença de muitas reviravoltas, sempre bem acompanhadas de músicas emblemáticas como “Menino das Laranjas”, “Upa Neguinho”, O bêbado e a equilibrista” e a clássica “Como nossos pais”. Por fim, o longa é um misto de som, fúria e ação.

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