Crítica: Bom Comportamento

Bom Comportamento é um filme intenso do começo ao fim e deixa isso bem claro logo na primeira cena. Com uma jogada de câmeras frenética e angustiante, os diretores levam o espectador a sentir e vivenciar toda a crise inspirada pelo personagem. Esse é um comportamento adotado durante todo o longa, o que dá o tom na produção.

Nick é um jovem com algum tipo de deficiência intelectual que não é explorada pelo filme. Ele é irmão de Connie, jovem problemático interpretado por Robert Pattinson, que surge como uma salvação e uma danação na vida do irmão mais novo.

Depois de uma excelente sequência inicial, o roteiro começa a explorar a vida dos marginais e como eles desenvolvem uma rotina em cima de suas necessidades. A dupla de irmãos tem o objetivo de se mudar de cidade para se livrar dos abusos provocados pela avó, que criou os dois. Aliás, durante todo o filme os diretores se esforçam em deixar claro a essência dos personagens, em contraposição com suas escolhas de vida.

O personagem de Robert Pattinson é a cabeça criminosa e idealizadora de tudo, mas ele também é humano. Sofreu na mão da avó, que o batia, e se esforça em muitos momentos do filme para não ser alguém ruim. Essa dualidade faz com que o espectador crie empatia com ele e se envolva ainda mais na história. O mesmo vale para o irmão deficiente, que tem uma relação de amor e extrema confiança com o primeiro.

Vale ressaltar que é muito bom ver a evolução de Pattinson como ator. Ele, que ficou conhecido pelo papel do vampiro Edward Cullen da Saga Crepúsculo, vem trilhando um caminho importante em sua carreira, escolhendo bons roteiros e efetivamente se dedicando à atuação. A transformação dele é notória e muito agradável de se ver, principalmente para uma fã, como eu. E isso é importantíssimo, uma vez que ele é a alma do filme.

O longa tem um ritmo acelerado, que fica no limiar entre deixar o espectador sem ar e ser suficiente. E isso é muito bom. É sufocante, intenso e extremamente angustiante as tomadas de cena fechando no rosto dos personagens, mas também necessárias. Com uma trilha sonora marcante e pensada para pontuar ainda mais as emoções que são vividas, Bom Comportamento se torna um filme de qualidade que fala sobre a vida do crime, suas intercorrências e rotinas. É realmente muito bom.

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