De Onde Eu Te Vejo – Altos e Baixos

De Onde Eu Te Vejo entrou em cartaz nessa semana e é sempre empolgante para uma cinéfila patriota conferir a estreia de um filme nacional. Dirigido por Luiz Villaça (Por trás do Pano), o longa é uma comédia romântica, ambientada em São Paulo. O enredo do filme se baseia na separação de um casal, que após o divórcio passam a morar em frente ao outro.

A partir disso, Ana Lúcia (Denise Fraga) e Fábio (Domingos Montagner) precisam conviver com essa mistura de aproximação e distanciamento. Durante o filme, a dupla se questiona sobre os vinte anos que estiveram casados, o que eles sonhavam para suas vidas e o que de fato acabou sendo a realidade dos dois. Em meio aos diversos clichês do gênero e frases cafonas, Fraga e Montagner conseguem dar algum dinamismo para a película e diminuir o tédio do público.

Pensando nos altos e baixos da projeção, o Coisa de Cinéfilo resolveu selecionar o que tem de melhor e pior em De Onde eu Te Vejo.

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Melhor:

As melhores características do longa de Villaça, ainda que não consigam salvar o filme, são um alívio para o espectador. O primeiro destaque fica para a dinâmica de Denise Fraga e Domingos Montagner. A dupla é carismática e a cena cresce quando eles estão juntos, principalmente quando estavam apenas os dois.

Outro ponto positivo é forma como eles mostram uma São Paulo empoeirada, meio bege, que está se transformando com o tempo. A ideia de fazer o público sentir essa transição da cidade é bem explorada e realizada. Ponto para a película!

Pior:

Agora vem a melhor parte! Sabe aquela sensação de que você está vendo uma declamação malfeita? Pois De Onde Eu Te Vejo traz uma hora e meia de pessoas recitando o roteiro, o que fica estranho, já que as situações são cotidianas e parece que Luiz Villaça optou pelo realismo. Outra questão que incomoda bastante é a obviedade da trama. Apesar da tentativa de tratar de um relacionamento que está no fim e não no começo, o espectador pode prever o próximo passo das personagens e isso gera um forte tédio. Por fim, a trilha sonora repetitiva. Na verdade, durante o longa só existe a mesma música de fundo. Chega a ser irritante a quantidade de vezes que a canção se repete.

Bônus: Um ponto estranho do longa é a presença da personagem Marcelo (Marcello Airoldi), paquera da Ana Lúcia. O rapaz é claramente um stalker de primeira e o filme trata a atitude dele sem susto. Primeiro ele encontra o celular da moça e afirma que só devolverá se ela se encontrar com ele, segue Ana, coloca aplicativo de rastreamento no aparelho dela. É bem perturbador!