Chega aos cinemas nesta quinta-feira, 06 de junho, o longa X-Men: Fênix Negra, que faz parte do universo atual dos X-Men, que inclui novos personagens e a versão mais jovem daqueles que já conhecíamos. Com tanto filme de super-herói sendo lançado atualmente, esse me parecia mais um. Então, foi com pouca pretensão que fui ao cinema conferir o resultado da produção.
Para minha grata surpresa, o resultado foi mais positivo do que o esperado. O foco em um único personagem já se mostrou uma decisão acertada nos X-Men, vide Logan, que é um dos melhores filmes de super-heróis de todos os tempos. Esse aqui não chega ao nível de Logan, é bem verdade, mas não faz feio também. Tem um tom certeiro ao tratar da origem de Jean, uma das personagens mais fortes e de importância da trama.
O filme se passa em 1992, quando Charles Xavier (James McAvoy) curte o fato dos X-Men serem bem aceitos na sociedade e considerados heróis nacionais. Tudo isso devido a uma missão no espaço em que eles resgatam astronautas. No entanto, durante o processo de resgate, Jean Grey (Sophie Turner) precisou chegar ao seu limite para garantir a segurança de todos e foi exposta ao que parecia ser uma explosão solar. Desde então, ela lida com uma força ainda mais poderosa dentro de si e a incapacidade de controlar suas emoções.
A construção do roteiro é um dos pontos altos do filme. Ele vai, gradativamente, tecendo a trama e conectando os fios da evolução da protagonista, mostrando desde a sua infância até o momento atual, em que lida com crises internas e conflitos emocionais. Tudo isso acompanhado dos demais X-Men, que dão suporte ao enredo, sem roubar a cena da personagem principal.
O espectador sabe que essa parceria entre a sociedade e os mutantes é algo muito furtivo e pode acabar a qualquer momento. Eles aceitam o diferente enquanto é conveniente para eles. Mas ao sinal de qualquer erro, serão questionados e rechaçados. E isso fica suspenso no ar o tempo inteiro. Então, quando Jean começa a ter reações estranhas depois da explosão, o primeiro medo de Xavier é justamente colocar essa relação com a sociedade em risco.
O que me incomoda em X-Men: Fênix Negra é que ele não faz uso completo de todos os artifícios que a franquia X-Men oferece. Para mim, é uma das sagas mais interessantes e atraentes, do ponto de vista dos personagens e da criação de enredo. E este longa me parece ficar mais na superfície, no quesito de utilizar as ferramentas que estão postas na mesa.
A parte de maquiagem e efeitos especiais, por exemplo, é muito boa e acertada. No entanto, certos questionamentos são feitos, como a necessidade de Jennifer Lawrence (Mãe!), no personagem Mística, ficar aparecendo como pessoa normal dentro da casa dos X-Men. Ainda mais depois que a sociedade já passou a aceitar os mutantes.
O filme apresenta ainda ótimas cenas de luta, como a do trem no final, que envole a maioria dos personagens. Vemos, no entanto, um subaproveitamento da vilã Vuk, interpretada por Jessica Chastain (A Hora Mais Escura). Um grande potencial de ser alguém realmente apavorante, mas que é renegada a cenas curtas, com poucas falas e momentos pouco marcantes. O mesmo poderíamos dizer de Sophie Turner, no papel da protagonista. Ela tem pouco espaço para efetivamente se mostrar como atriz e só podemos culpar o roteiro por isso.
Ainda assim, X-Men: Fênix Negra é um bom filme que traz uma história competente sobre a construção de uma das principais personagens deste universo. Tem ser percalços e quedas no caminho, mas com certeza é superior a outros longas, como X-Men: Apocalipse, por exemplo. Vale a pena conferir nos cinemas!
Direção: Simon Kinberg
Elenco: Sophie Turner, James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Jessica Chastain, Nicholas Hoult, Tye Sheridan, Alexandra Shipp, Evan Peters
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