Uma Segunda Chance para Amar

Crítica: Uma Segunda Chance para Amar

A comédia romântica Uma Segunda Chance para Amar chega aos cinemas nesta quinta-feira, 28 de novembro, e conta a história de Kate (Emilia Clarke, Como Eu Era Antes de Você), uma jovem promissora que lida com as consequências emocionais de quase ter morrido por conta de um problema de saúde. Com um péssimo relacionamento com a família, um emprego que detesta e destruída emocionalmente, ela ainda foi expulsa do apartamento onde morava. Em meio a toda essa confusão, Kate conhece o misterioso Tom (Henry Golding, Podres de Ricos), que vai dar um looping na sua vida.

O gênero de comédia romântica, infelizmente, está em baixa nos últimos anos. Depois de um pico na década de 1990, atualmente o que vemos nos cinemas é basicamente adaptação de franquias e quadrinhos. Para a fanática crítica que aqui escreve, ir ao cinema para ver seu gênero favorito é momento de empolgação. Ainda mais com um elenco tão bom e envolvendo o Natal. Já adianto, de antemão, que o resulto é bem legal.

Uma Segunda Chance para Amar é um filme cuidadoso com os detalhes. Quando achamos que ele vai dar pequenos tropeços no roteiro, logo em seguida as ações são explicadas ou justificadas. Isso torna a história muito mais real, por mais que um certo fascínio fantástico a permeie. Kate está visivelmente confusa e perdida, se sujeitando a qualquer tipo de situação, pela simples inércia da falta de sentimentos. A medida que o roteiro evolui, descobrimos novas camadas da personagem, como sua relação complicada com a mãe ou o fato de ter uma carreira de cantora frustrada.

Na contramão, Tom é um completo mistério. Pouco se sabe sobre o personagem, o que ele faz, onde mora, o que gosta de fazer. A atração do espectador por ele é magnética, não apenas pela beleza do ator, como pelas palavras carinhosas. Kate precisa desesperadamente de carinho e atenção, e é justamente isso que ele representa.

Em paralelo ao casal principal, os coadjuvantes são muito bons e oferecem uma história secundária interessante. Como é o caso do romance de Noel, a chefe de Kate na loja de artigos natalinos. Michelle Yeoh (Memórias de Uma Gueixa) dá o tom equilibrado no exagero que a personagem exige, sem beirar o caricato. O mesmo vale para a fantástica Emma Thompson (Simplesmente Amor), que vive a mãe angustiada e desnorteada da protagonista.

Uma Segunda Chance para Amar

Para o casal principal, Emilia Clarke e Henry Golding possuem uma ótima química em cena, com muita naturalidade e intensidade, ao mesmo tempo. Ela está cheia de expressões, como sempre. E ele, que já nos conquistou em Podres de Ricos, mostra ainda mais o seu potencial de galã que sabe atuar.

O acréscimo da trama é, definitivamente, o próprio Natal. Não apenas pela loja em que Kate trabalha, como o fato dela ter que se vestir como um elfo do Papai Noel. Além disso, a trilha sonora nos oferece o clássico “Last Christmas”, de Wham!, que inspirou o nome original do longa, e sucessos de George Michael. Uma combinação perfeita de música boa e empolgante, com o clima natalino e o romance com pintadas de comédia.

O que pode frustrar o espectador mais desatento, porém, é o plot twist dramático em certo ponto da trama. Não entrarei em maiores detalhes para evitar spoilers. No entanto, acredito que foi uma ação necessária que vinha sendo construída desde o início do roteiro. Não é uma covardia narrativa o que acontece e o diretor Paul Feig (Um Pequeno Favor) não precisou ser desleal com seu espectador, criando um caminho que surgisse do nada.

Uma Segunda Chance para Amar se beneficia de um roteiro comum que tem elementos atraentes, como o ótimo elenco e trilha sonora. É uma boa comédia romântica, que aquece nossos corações nesta chegada de temporada de longas de Natal. Mesmo que não seja tão maravilhoso quanto poderia, cumpre muito bem seu objetivo.

Direção: Paul Feig
Elenco: Emilia Clarke, Henry Golding, Michelle Yeoh, Emma Thompson, Lydia Leonard

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