Moonfall - Ameaça Lunar

Crítica: Moonfall – Ameaça Lunar

1.6

É muito complicado ir assistir um filme cujo diretor apresentou excelentes trabalhos daquele mesmo gênero. Isso porque invariavelmente a expectativa fica meio fora de controle e a chance de se frustrar é grande. O que acontece com Moonfall – Ameaça Lunar – de Roland Emmerich, que dirigiu 2012, O Dia Depois de Amanhã e Independence Day -, no entanto, é quase uma falta de respeito com o público fiel de longas de catástrofes.

Jocinda (Halle Berry, John Wick 3 – Parabellum) e Bryan (Patrick Wilson, Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio) são astronautas da Nasa que passam por um episódio estranho em uma das missões, que acaba resultando na morte de um colega. Anos depois, quando ele já nem trabalha mais no órgão, um jovem cientista curioso acaba descobrindo que a Lua está fora da sua órbita normal e que isso vai resultar em uma série de catástrofes no mundo. Com o tempo, eles descobrem que os fatos estão interligados.

Uma das premissas básicas para este gênero de longa é fazer com que o espectador crie empatia pelos personagens e, posteriormente, entre na ansiedade do grande evento que está por vir. Moonfall – Ameaça Lunar não dá tempo para que isso aconteça ao despejar o início da catástrofe com menos de 10 minutos de exibição. Não conhecemos os personagens direito, não sabemos suas motivações, suas crises familiares. Tudo isso é tratado com banalidade pelo roteiro.

Com uma sucessão de diálogos pobres e expositivos, evoluímos para uma corrida absurda e sem lógica para conseguir colocar a Lua de volta à sua órbita original. O filme falha novamente ao não explicar porque isso está acontecendo. Ele opta por colocar isso como um mistério para o final, mas não é algo que funciona em termos de narrativa, já que, assim como os personagens, não nos conectamos com a história em si. Sim, sabemos que este estilo de longa é recheado de absurdos e mentiras. Mas até mesmo isso tem que ter alguma lógica, senão parece que está duvidando da capacidade cognitiva do espectador.

Jo e Bryan voltam a se reunir com o objetivo de tentar resolver o problema e as coisas acontecem magicamente. Eles pegam uma nave de um museu, consertam em menos de 24h e decidem ir ao espaço com um dos motores quebrados. Para piorar essa falta de lógica, em dado momento a Lua está tão perto da Terra, que começa a raspar nas montanhas! É um absurdo tão grande, especialmente quando olhamos para o histórico do diretor, que nos apresentou filmes tão tensos e “realistas” quanto O Dia Depois de Amanhã. 

Se nada disso parece bom, talvez a química e dinâmica dos personagens pudesse salvar. Ao invés disso, vemos uma colcha de retalhos de pessoas que não fazem o menor sentido entre si e que pouco contribuem com o projeto. Halle Berry e Patrick Wilson se salvam neste quesito, pois funcionam muito bem juntos. Ainda assim, o roteiro os coloca em um lugar de precarização tão grande, que nem parece que já protagonizaram grandes franquias e ganharam o Oscar.

Moonfall – Ameaça Lunar é um filme que para ser ruim, precisa melhorar muito. Cansativo, longo demais, completamente fora da casinha e com uma finalização ainda pior. É como se o roteiro achasse que o espectador é privado de inteligência ou capacidade interpretativa.

Direção: Roland Emmerich

Elenco: Halle Berry, Patrick Wilson, John Bradley, Charlie Plummer, Carolina Bartczak, Donald Sutherland, Michael Peña, Eme Ikwuakor

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