Mais Que Amigos

Crítica: Mais Que Amigos

3.8

A comédia romântica Mais Que Amigos chega aos cinemas esta semana com a promessa de levar o público às gargalhadas. E olha que ela consegue muito bem! O divertido longa conta a história de Bobby, um homem gay de 40 anos que está no topo da carreira, mas tem sérios problemas em manter relacionamentos duradouros, pois acredita que nenhum homem gay presta. Um belo dia, em uma boate queer, ele acaba se esbarrando em Aaron, em uma circunstância que ele abomina completamente, já que a maioria das pessoas no local são gays fortões sem camisa. Ainda assim, algo surge ali mesmo.

Este filme navega com muita tranquilidade pelo mundo LGBTQIA+, propondo ao espectador uma realidade ainda não existente na nossa sociedade, que é a completa aceitação do público queer. Os héteros vivem em total harmonia com os homos, bis, não binários e todas as demais nomenclaturas que compõe a sigla. É bem interessante pois tira um pouco a tensão do público em esperar que a qualquer momento acontece um ataque de homofobia. Estamos falando de uma comédia romântica, então esta escolha é muito bem-vinda.

Dito isso, o próprio enredo vai fazendo pequenas piadinhas inseridas nas cenas, como leves alfinetadas na sociedade que vivemos hoje. É como rir de alguns comportamentos que parecem inocentes, mas são errados. Ou até mesmo apenas brincar com hábitos que os héteros têm perante os demais, como quando o protagonista se “irrita” com um casal de amigos com os filhos, dizendo que “era melhor quando os casais héteros se sentiam menos à vontade com o amigo gay”.

Trazendo sempre a agenda LGBTQIA+ em pauta, o filme ainda assim é uma comédia romântica e daquelas que gostamos, com todos os clichês que temos direito. Afinal, este é o objetivo: mostrar o amor e os vínculos afetivos, que vão além dos casais heterossexuais que estamos acostumados. Estamos aqui para ver uma história feliz de gays, para variar um pouco (como o próprio protagonista diz em cena).

Mais Que Amigos

À medida que Bobby vai conhecendo mais Aaron e vendo que ele vai muito além de um corpo forte, o seu muro emocional vai caindo e ele se deixa envolver. Ao mesmo tempo em que o outro vai quebrando as regras de não ter relacionamento sério. Os dois nutrem uma amizade com segundas intenções logo no começo, o que justifica muito bem o título original da trama “Bros” (um jargão que significa “amigos” em inglês). Mas claro que esta amizade evolui muito rapidamente para um romance.

Mais Que Amigos não se priva de mostrar muitas cenas explícitas de homens nus se beijando, falar abertamente sobre orgia e as diferentes possibilidades de configurações de relacionamentos amorosos. O que é muito bacana, pois é feito de tal forma que não temos a sensação que o objetivo é chocar. Tudo que eles querem é naturalizar tudo aqui até o ponto que o espectador não sinta diferença alguma e olhe para além dos gêneros e veja apenas os sentimentos.

O enredo vai evoluindo, como eu disse, com clichês bem empregados, tornando o filme muito fofinho e apaixonante. Daqueles que ficamos com o coração quentinho e cheio de amor. É muito gostoso sair do padrão de comédias românticas com casais héteros e conhecer novos formatos de um gênero de filme que tanto amamos. Aconteceu o mesmo em Alguém Avisa?, com Kristen Stewart e Mackenzie Davis e segue acontecendo em várias outras formatações. Vale a pena conferir!

Direção: Nicholas Stoller

Elenco: Billy Eichner, Luke MacFarlane, Monica Raymund, Guillermo Díaz, Amanda Bearse, Dot-Marie Jones, Jim Rash, Jim Rash

Assista ao trailer!