Enola Holmes

Crítica: Enola Holmes (Netflix)

Estrou nesta quarta-feira, dia 23 de setembro, o longa Enola Holmes, da Netflix e que conta com Millie Bobby Brown (da série Stranger Things), Henry Cavill (O Homem de Aço), Sam Claflin (Como Eu Era Antes de Você) e Helena Bonham Carter (da série The Crown) no elenco principal. O filme conta a história de Enola, uma menina solitária que passa a maior parte dos seus dias aprendendo coisas excêntricas com sua mãe, que é bem fora do comum. Com o sumiço repentino de sua mãe, ela recebe de volta os dois irmãos, Mycroft e Sherlock Holmes, para ajudar a resolver a situação. Mas as coisas saem um pouco de controle quando o mais velho decide que quer colocá-la num internato para garotas.

Com um estilo de roteiro que quebra constantemente a quarta parede, Enola Holmes se torna muito mais leve e divertido de acompanhar. A história vai crescendo e ganhando novos fios a serem desenrolados a medida que sua protagonista avança e vai assumindo uma personalidade forte e determinada. Enola não é como a maioria das garotas daquela época, que pensa apenas em casar. Ela quer ganhar o mundo e ser autossuficiente.

Como era de se imaginar, ao envolver a irmã do famoso detetive Sherlock Holmes temos uma onda de mistérios e pistas para encontrar a mãe deles. O mesmo fica um pouco de lado na questão, entendendo que o desaparecimento se trata de uma decisão consciente da genitora e que não há com o que se preocupar. É até uma pena que ele não se mostre um pouco mais e firme uma dupla, mesmo que momentânea, com a irmã. Henry Cavill acaba assumindo um papel bastante secundário.

O mesmo vale para Sam Claflin, que interpreta o irmão mais velho e rabugento. Ele chega a ocupar um lugar meio vilanesco, especialmente quando quer impor à Enola decisões a cerca de sua vida. O grande destaque do filme, no entanto, é mesmo para Millie Bobby Brown e toda a sua desenvoltura em câmera. Ela já vinha se mostrando ótima atriz, mas tem aqui muito mais chances, já que a personagem é cheia de facetas. Enola é sonhadora, determinada, mas não deixa de ser uma adolescente ingênua. A dosagem neste sentido é muito acertada.

Enola Holmes

Temos ainda, ao longo do caminho de busca das pistas da mãe (a maravilhosa Helena Bonham Carter), a integração de mais um jovem no elenco, Louis Partridge (Paddington 2), que fará uma espécie de par romântico com a protagonista. Isso é, inclusive, o que vai tornando a trama confusa e perdida em dado momento. A união de duas histórias principais é interessante e proveitosa até certo ponto, mas começa a perder o sentido quando vai adicionando sub-tramas que ficam pouco trabalhadas a medida que o roteiro avança.

Com um início em escalada, Enola Holmes assume um ritmo mais estável quando atinge o seu suposto ápice e isso é frustrante para o espectador. A proposta com pinceladas diferentes no começo acaba indo para o lugar comum de uma trama de mistérios, nos deixando com mais do mesmo.

O que temos é a história de uma jovem que está descobrindo o mundo como mulher, vendo que não precisa se inserir na sociedade da época para ser respeitada. Algumas oportunidades foram perdidas , como o aproveitamento mais assertivo dos coadjuvantes. No entanto, nada disso faz com que Enola Holmes deixe de ser uma ótima e agradável experiência fílmica.

Direção: Harry Bradbeer
Elenco: Millie Bobby Brown, Henry Cavill, Sam Claflin, Louis Partridge, Helena Bonham Carter Fiona Shaw, Frances de La Tour, Burn Gorman, Adeel Akhtar

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