Crítica: Diário de Um Banana: Caindo na Estrada

É preciso ter diversos olhares para se analisar os filmes que entram em cartaz. Alguns são muito mais artísticos, enquanto outros apenas cumprem o papel a que foram propostos. Este é o caso de Diário de Um Banana: Caindo na Estrada. Faltou cuidado ao tratar de certos temas, no entanto, como bullying e machismo.

A história é baseada no livro da série infantil que faz o maior sucesso ao redor do mundo. Greg embarca com sua família para uma viagem de carro com o objetivo de ir para o aniversário de 90 anos da bisavó. O que ele realmente quer fazer, no entanto, é participar de uma convenção de videogames que fica perto do local.

Tradicionalmente o filme traz o protagonista como um pré-adolescente que só faz coisas erradas e se dá mal na maioria das empreitadas. Além disso, ele é sacaneado pelo irmão mais velho o tempo inteiro. É claro que é preciso entender que o filme mostra a realidade da relação de irmãos. Mas o roteiro normaliza demais a ridicularização do jovem Greg. Isso pode ser visto logo no início, na cena em que ele se torna o Mão de Fralda. Nem a família tenta defender a imagem dele. Acredito que o filme poderia continuar com a história e ainda ser engraçado, mas sem normalizar tanto a situação. E isso é preocupante, uma vez que o bullying cresce mais a cada dia, no mundo inteiro.

Além disso, a relação de todos com a mãe, interpretada graciosamente por Alicia Silverstone, é muito controversa. Ela é como a carrasca de todos, especialmente do pai, que se comporta como mais um filho. É nela que reúnem todas as relações “negativas”, as proibições, as reclamações. O que, além de machista, é problemático, porque coloca a mãe no clássico papel de “chata”, cultuado em muitos longas.

À parte deste dois grandes problemas, o filme é engraçadinho. Como o foco são as crianças, acredito que será bem-vindo. Tem um roteiro bem escrito, uma história coerente e ainda traz uma discussão inteligente sobre a relação da juventude atual com a tecnologia. Como é difícil cultivar as relações quando temos que disputar atenção com a internet. É uma reflexão necessária e feita de maneira muito leve.

É maravilhoso, também, ver o crescimento de Silverstone. Ela continua sendo a nossa patricinha de Beverly Hills favorita, mas agora com um ar mais velho, mais maduro. Ela veste muito bem o papel de mãe. Uma pena que eles tentam colocar ela como “vilã”. E o menininho Jason Ian Drucker faz um ótimo e carismático protagonista, vestindo muito bem o papel de “banana”.

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