Belo Desastre

Crítica: Belo Desastre

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Belo Desastre é a mais nova adaptação cinematográfica juvenil que chega aos cinemas, trazendo um toque de erotismo e pouco compromisso com uma construção de roteiro com lógica. Mas CALMA! Nem tudo está perdido aqui e já vou explicar o motivo. O filme é bem ruinzinho, mas não se leva nem um pouco a sério, que é a melhor decisão que ele poderia tomar, já que o transformou em um longa até divertido.

Abby é aquela garota super estudiosa que entra para a faculdade com o foco apenas de estudar e esquecer o seu passado complicado. Claro que seus planos não saem da forma como imagina, pois rapidamente ela conhece Travis, o briguento cheio de tatuagens que é amigo de sua melhor amiga. Eles acabam se envolvendo mesmo sem intenção e as coisas complicam para ambos.

Este resumo poderia ser de vários filmes diferentes e você nem ia saber dizer qual. É básico da maneira mais primitiva de criação de histórias para adolescentes. Uma mocinha, um bad boy, um vilão muito estereotipado, um desejo sexual e pronto. E a execução é ruim, o fato é esse. Não precisamos nem chegar nos 10 minutos de exibição para perceber que o filme é ruim, simples assim. Mas isso não quer dizer que ele não preste para nada.

Sou grande defensora de filmes ruins de qualidade. Como seria isso? Aquele longa que é tão péssimo, sem propósito, sem lógica, que acaba se tornando uma experiência minimamente divertida. E é isso que acontece aqui em Belo Desastre. O roteiro, inclusive criado pela própria autora do livro homônimo, Jamie McGuire, não se leva a sério e é a melhor decisão que ele poderia tomar. A medida que percebemos que não tem intenção ali de criar um grande drama ou tensão, a experiência é outra.

Belo Desastre

Travis (Dylan Sprouse, After – Depois da Verdade) tem uma leveza bem compatível com o livro, sempre brincalhão e sem levar nada a sério. A problemática com ele é o perfil físico, porque escolheram um ator super magrinho e sem porte atlético para interpretar um personagem valentão que faz luta livre como meio de vida. Tem uma cena ridícula maravilhosa em que um paquera da protagonista, muito maior do que ele, fica morrendo de medo de receber uma porrada de Travis.

Já Abby (Virginia Gardner, A Queda) é um pouco mais séria, embora não seja sisuda. Também leva o mesmo jeitinho da mocinha do livro, o que com certeza vai deixar os fãs literários bem contentes. Eles têm uma dinâmica interessante de química e parecem se divertir juntos nas filmagens.

E sim, gente, é isso que fica desse filme. É uma sucessão de coisas aleatórias acontecendo, cenas recortadas de qualquer jeito, diálogos péssimos. Mas é que ele é tão ruinzinho que chega a nos divertir, tamanha é a nossa indignação de assistir aquilo ali. Quando você pensa que vai ter uma cena bacana, um sexo bem construído, eles vão lá e cortam com uma intervenção desnecessária. Pelo menos ele não é focado na questão sexual, utilizando isso apenas como plano de fundo.

Belo Desastre é aquele filme que você não vai gostar, mas vai curtir não gostar, sabe? Se for com uma dupla bacana para o cinema, vão dar boas risadas tecendo críticas às loucuras que esse roteiro nos apresenta. Se for fã do livro, vai ter uma obra que respeita o cerne principal da história, o que já é bastante coisa.

Direção: Roger Kumble

Elenco: Dylan Sprouse, Virginia Gardner, Austin North, Libe Barer, Autumn Reeser, Brian Austin Green, Rob Estes

Assista ao trailer!