Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes (2023)

Crítica: Dungeons & Dragons – Honra Entre Rebeldes

Crítica: Dungeons & Dragons – Honra Entre Rebeldes
3.3

Os fãs de ficção fantástica torcem por um lançamento verdadeiramente empolgante há décadas. Com exceção do sucesso que ainda são as franquias Senhor dos Anéis e Harry Potter, nos cinemas, nada veio para preencher o vazio dos fãs do subgênero.  Nem mesmo os filmes que expandiram o universo bruxo ou a Terra Média foram capazes de reproduzir o mesmo frenesi no espectador. E esse vazio fez com que o anúncio de Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes surgisse como uma luz no fim do túnel.

Contudo, assim como outras adaptações e/ou remakes de jogos – a exemplo do não tão bem recebido Mortal Kombat (2021) -, a nova produção da Paramount dividiu opiniões. Da divulgação da produção de Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes até os trailers, muito se especulou e teorizou sobre o que poderia ser o filme. E em meio ao burburinho, os fãs de RPG e da série animada dos anos 1980 ficaram cada vez mais curiosos. Mas será que o tão aguardado lançamento da aventura medieval está a altura da ansiedade estabelecida pelo estúdio?

Ainda que o roteiro de Michael Gilio e dos co-diretores Jonathan Goldstein e John Francis Daley (ambos de Noite de Jogo, de 2018) não se debruce no aprofundamento de sua história ou personagens, Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes é um longa-metragem divertido. A história consegue prender a atenção do espectador e cativar até mesmo os mais céticos com a produção.

O jogo entre os personagens feito por Gilio, Goldstein e Daley ajuda o resultado do projeto. Existe uma dosagem precisamente medida das participações e interações entre o elenco principal. E é esse equilíbrio entre o drama, a comédia e a aventura que fez de Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes um filme interessante para o subgênero.

Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes (2023)

É evidente que a narrativa construída pelo trio nem se compara à complexidade e aprofundamento que as franquias citadas anteriormente. Isso, no entanto, não impede que o longa encontre seu lugar no mercado. Existe uma gama de fãs do jogo e de ficção fantástica que se sentem órfãos de ver na telona o seu tipo de jornada preferida e com Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes isso volta a ser possível – e com qualidade.

A direção da dupla Goldstein e Daley é dinâmica o suficiente para esconder algumas falhas do roteiro ao mesmo tempo que não perde o timing da ação e comédia. Essa talvez seja a maior conquista dos diretores em Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes. Conseguir manter o público entretido apesar das faltas. Afinal, é inevitável comparar com produções como Game of Thrones (2011 – 2019) ou A Casa do Dragão (2022-) e os diretores sabiam que o roteiro deles nem se equiparava a isso, por isso o investimento em outros elementos da produção.

Um enfoque maior nas relações entre os personagens distrai o espectador da falta de desenvolvimento dos vilões da história, por exemplo. A coesão em cena dos atores, porém, justifica essa escolha. Além disso, o filme preenche o seu universo com detalhes do mundo do RPG – sem contar com uma surpresa escondida para os fãs da série animada dos anos 1980. Assim, a narrativa se torna mais atrativa e próxima para que o resultado seja positivo para Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes.

No fim das contas, a ansiedade dos fãs e a curiosidade do público como todo foi bem paga por essa produção que veio para ficar por algum tempo. Não só por vivermos na era das franquias, mas o universo RPG representado no filme permite que Dungeons & Dragons possa ter uma vida longa nos cinemas. Para isso, entretanto, é preciso que as próximas histórias sejam melhor desenvolvidas. Mais camadas, momentos dramáticos, ação e referências. Essa é a fórmula para o sucesso e a longa vida da possível franquia medieval.

Direção: Jonathan Goldstein e John Francis Daley

Elenco: Chris Pine, Michelle Rodriguez, Regé-Jean Page, Justice Smith, Hugh Grant e Sophia Lillis

Assista ao trailer!