A Chamada

Crítica: A Chamada

2.2

A Chamada é mais um filme em que o ator Liam Neeson (Vingança a Sangue Frio) precisa defender a sua família de assassinos sem coração. E por mais que eu adore ele e seus filmes de ação, chega uma hora que cansa. Especialmente quando percebemos que até o próprio artista está empurrando um trabalho com a barriga. Este aqui é o caso.

Um pai de família atarefado com o trabalho e dando pouca atenção para a esposa e os filhos se vê em uma situação onde entra no carro com as duas crias e recebe a notícia de que tem uma bomba embaixo do banco. Se ele se levantar, a bomba explode e todos morrem. Ele precisa então rodar a cidade de carro, enquanto a voz do ameaçador o conduz em algumas ações que têm uma grande repercussão para a sua imagem.

Mais do mesmo que já conhecemos em diversos outros roteiros. O que não seria necessariamente um problema se tivéssemos aqui alguma novidade ou uma excitação com as cenas de ação. Embora elas sejam muito bem feitas – com explosões detalhistas e bem visuais –  não sentimos uma urgência na demanda do protagonista, o que seria o mínimo para sustentar essa trama. Lembro do clássico Celular – Um Grito de Socorro, de 2004 e com Chris Evans (Vingadores: Ultimato), em que o espectador não consegue nem respirar de tanta tensão. Por aqui, relaxamos até demais.

A Chamada

Enquanto o personagem de Neeson roda a cidade com os dois filhos dentro do carro, nós acompanhamos uma sucessão de erros e furos de roteiro. São soluções apresentadas e ignoradas na nossa cara, como se a capacidade intelectual do espectador estivesse em jogo. Por mais que eles nos ofereçam o carisma dele e das crianças – que estão muito bem, por sinal – nada disso é o suficiente para nos entreter por completo. Fica uma sensação constante de falta.

Por parte de Liam, vemos uma preguiça enorme de explorar a sua capacidade. Não que eu particularmente o julgue por querer trabalhos simples que encham o seu bolso de dinheiro. Talvez eu fizesse o mesmo se tivesse a chance de ganhar alguns milhões sem esforço. Mas é um potencial imenso que se perde com produções fraquíssimas e sem apelo. Nada contra ele sempre defender a família de perigos, mas que isso seja feito de uma maneira minimamente interessante.

A Chamada finaliza tão aleatório quanto começa, sem cativar o espectador e sendo esquecido no momento em que saímos da sala de cinema. É o tipo de filme que vemos em sessão da tarde, mas que definitivamente não vale o caro valor de um ingresso.

Direção: Nimród Antal

Elenco: Liam Neeson, Noma Dumezweni, Lilly Aspell, Jack Champion, Arian Moayed, Embeth Davidtz, Matthew Modine

Assista ao trailer!