Cinco filmes dirigidos por Clint Eastwood

Com o lançamento de Jersey Boys – Em Busca da Música, primeira empreitada de Clint Eastwood em musicais, elaboramos uma lista com cinco filmes dirigidos pelo eterno Dirty Harry que merecem uma revisitada (ou uma visitada, se não assistiram). Lembrado por seu passado como ator em westerns na pele de caras durões, como diretor, Eastwood se especializou em mostrar o seu lado sensível através de histórias que revisitam suas experiências anteriores, como em Os Imperdoáveis Gran Torino, ou o insere em universos e temas desconhecidos, como o recente Além da Vida. Separamos algumas obras marcantes do diretor por ordem de preferência:

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#01. Sobre Meninos e Lobos (2003)

 Baseado no livro de Dennis Lehane (Medo da Verdade e Ilha do Medo), Sobre Meninos e Lobos é um suspense que, seguindo a tradição dos melhores filmes nessa linha, não se enquadra propriamente na cartilha do gênero. Clint Eastwood faz de seu longa de 2003 aquele que é provavelmente o seu melhor filme ou, no mínimo, o mais instigante em seus desdobramentos. Com inúmeros questionamentos morais e personagens que não representam os arquétipos de mocinho e bandido, o filme conta a história de um homem que tem a filha assassinada de maneira brutal e tem a ajuda de um antigo amigo de infância, hoje policial, para desvendar o crime. As pistas acabam levando os dois a situações vividas por eles na infância que gostariam de esquecer. Indicado a 6 Oscars, Sobre Meninos e Lobos levou o prêmio de melhor ator para Sean Penn (insuperável nessa interpretação, desculpem os fãs de Milk) e de melhor ator coadjuvante para Tim Robbins. Ainda estão no elenco Kevin Bacon, Laurence Fishburne, Laura Linney e Marcia Gay Harden.

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# 02. As Pontes de Madison (1995)

 Poucas vezes na sua carreira Clint Eastwood colocou uma mulher como a protagonista absoluta do seu filme. Isso aconteceu com Hilary Swank em Menina de Ouro, Angelina Jolie em A Troca e, talvez, a melhor dentre essas parcerias, Meryl Streep em As Pontes de Madison. Em 1995, Streep encontrava-se em um momento crítico da sua carreira e Eastwood convidou-a para viver Francesca Johnson, uma dona de casa entediada com a sua própria vida no interior de Iowa que se apaixona por um fotógrafo aventureiro da National Geographic, vivido pelo próprio Eastwood. Poucas chances são dadas para romances protagonizados por atores maduros em Hollywood, Eastwood fez isso e fez muito bem. Até hoje, o desfecho de As Pontes de Madison leva as plateias aos prantos. O filme recebeu uma indicação ao Oscar, melhor atriz para Streep. Talvez tenha sido o maior hiato entre nomeações ao prêmio da atriz (a última, na ocasião, foi por Lembranças de Hollywood em 1991).

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 #03. Os Imperdoáveis (1992)

Antes da avalanche de westerns de 2007 (Os Indomáveis, O Assassinato de Jesse James e, de certa forma, Onde os fracos não têm vez), Eastwood retomou o gênero em desuso na década de 1990. Os Imperdoáveis foi lançado em 1992 e trazia o ator na frente e atrás das câmeras trabalhando com outros ícones do cinema, Morgan Freeman e Gene Hackman. O filme narrava a história de um pistoleiro aposentado que recebe uma quantia de dinheiro para matar um grupo que cortou o rosto de uma prostituta. Ele conta com a ajuda de dois outros pistoleiros em uma jornada que acaba lhe trazendo como obstáculo um outro homem que deseja a mesma recompensa e o xerife da cidade, papel de Hackman. O filme venceu quatro Oscars, entre eles o de melhor filme, o primeiro para um longa dirigido por Eastwood (o segundo seria Menina de Ouro), que também levou o prêmio de melhor diretor. Gene Hackman levou a estatueta de melhor ator coadjuvante naquele ano pelo seu desempenho nessa produção.

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#04. Menina de Ouro (2004)

 Menina de Ouro é o exemplar perfeito para entendermos o atual estágio da carreira de Eastwood como diretor. O longa conta a dura batalha de Maggie Fitzgerald, uma pobre garçonete que sonha um dia se tornar uma grande lutadora de boxe. Acreditando na sua capacidade, Maggie convence um cético e amargo treinador a levá-la as melhores posições no esporte. O filme vencedor do Oscar de melhor filme na edição de 2005 da premiação é acusado por muitos de ser um melodrama apelativo que cria estratégias com o objetivo de gerar lágrimas no espectador. Não deixa de causar esse tipo de efeito, mas talvez tenha sido o momento da carreira de Eastwood em que ele soube equilibrar melhor a sua tendência para o melodrama, para a simplicidade e em gerar uma empatia imediata com o espectador. Levou outros Oscars para casa, o de melhor diretor para Eastwood, melhor atriz para Hilary Swank e melhor ator coadjuvante para Morgan Freeman.

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# 05. Gran Torino (2008)

Gran Torino é Clint Eastwood não querendo necessariamente prêmios, mas querendo voltar a ativa com um tipo de persona que ele mesmo imortalizou no cinema norte-americano, o motherfucker. No seu filme de 2008, Eastwood vive Walter Kowalski, um veterano da guerra da Coreia que agora só quer paz, sossego e solidão. Sua vida se transforma quando passa a sair desse “casulo” a partir das relações que  estabelece com seus novos vizinhos, alguns simpáticos imigrantes do Laos. Um desses vizinhos é um adolescente obrigado por uma gangue local a roubar um Gran Torino de 1972, carro de propriedade do próprio Walt e que não é mais fabricado. O ponto alto da fita é a parceria entre Eastwood e Bee Vang. Como resistir a Eastwood sendo ele mesmo?

E para vocês?

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