Memória: Paixão de Cristo, de Mel Gibson

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Há dez anos atrás estreava um dos filmes mais controversos da década passada, a versão do australiano Mel Gibson para o flagelo vivido por Jesus Cristo em seus últimos dias, A Paixão de Cristo. Cercado de polêmicas, A Paixão de Cristo mostrava as últimas 12 horas de Jesus da maneira mais crua e violenta possível, uma perspectiva bem distante das suavizações que costumavam ser dadas à passagem da sua crucificação na Bíblia.

A Paixão de Cristo foi o primeiro filme de Gibson após o ator e diretor vencer o Oscar com Coração Valente em 1996. Católico ortodoxo, Gibson utilizou no filme as línguas faladas na época: o aramaico, o latim e o hebraico. Além disso, escolheu como protagonista Jim Caviezel, ator que tem a mesma inclinação religiosa que a sua.

No entanto, a influência religiosa de Gibson no projeto não ficou apenas nesses detalhes. Determinadas passagens do filme foram interpretadas como uma mensagem aberta contra os judeus, culpando-os de todo o mal sofrido por Cristo em seus últimos momentos. No Brasil, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo da época, o longa rendeu manifestos de repúdio de 12 entidades representantes da comunidade judaica, que consideraram o filme anti-semita.

Orçado em cerca de US$ 25 milhões de dólares, A Paixão de Cristo rendeu cerca de US$ 611 milhões nas bilheterias mundiais.

Os envolvidos dez anos depois

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Mel Gibson

Após o sucesso de A Paixão de Cristo, Mel Gibson retornou ao comando de um outro longa-metragem somente em 2006 com Apocalypto, filme igualmente violento sobre a civilização maia, que obteve um considerável sucesso, não tão grande quanto o filme antecessor do diretor. No entanto, desde aquela época o nome de Gibson esteve mais em evidência devido aos seus escândalos pessoais. No final do mesmo ano em que lançou Apocalypto, o ator e diretor foi preso por dirigir alcoolizado e desferiu ofensas a judeus durante a apreensão. Em 2009, o australiano se envolveu em outro escândalo, desta vez com sua mulher, a cantora russa Oksana Grigorieva. Chegou à imprensa uma gravação telefônica do ator a Grigorieva na qual Gibson  lhe fazia ameaças e ofensas.  Desde então, ele tenta com  relativo êxito apagar sua imagem negativa, seja com a ajuda de amigos, como  a atriz Jodie Foster (que conheceu nos sets de Maverick, de 1994), seja através de interpretações relativamente bem sucedidas, como em Um Novo Despertar, não por acaso, dirigido pela mesma Foster.

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Jim Caviezel

Tido como uma das grandes promessas de Hollywood naquele ano, Jim Caviezel não vingou. O ator protagonizou fitas insiginificantes como Déjà Vu Os Desconhecidos. Imediatamente, migrou para a TV, cujo trabalho de maior destaque é a série Person of Interest (Pessoa de Interesse), ainda no ar.

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Monica Bellucci

A intérprete de Maria Madalena flertava com Hollywood na época em que fez A Paixão de Cristo. No entanto, por decisão própria, a carreira da italiana ficou mais na Europa do que nos Estados Unidos, tendo ocasionalmente aparecido em longas como Os Irmãos GrimmO Aprendiz de Feiticeiro.