Guia Oscar 2014: Atores Coadjuvantes

Barkhad Abdi – Capitão Phillips

Ator somali que estreou em grande estilo no cinema hollywoodiano. Ele nasceu na cidade de Mogadishu, na Somália, mas mudou-se com a família para os Estados Unidos quando tinha 14 anos. A história dele mostra superação. Assim que chegou ao país, ele trabalhou como motorista de limousine e DJ para ajudar nos estudos. Abdi chegou a ser preso e acusado por posse de drogas há pouco mais de um ano e foi condenado à prisão duas vezes. Ainda assim, ele deu a volta por cima e conseguiu o papel que mudaria sua vida. Ao tentar na seleção para o filme de Paul Greengrass (“A Supremacia Bourne”), ele ficou surpreso ao passar no teste. Apesar de ser seu primeiro filme, Barkhad dá um show de atuação em “Capitão Phillips”. Sua performance mostra que existem muitos talentos ocultos no mundo e que não é preciso cursos e escolas de teatro para tornar alguém um bom artista. Abdi foi muito elogiado pela crítica especializada e teve a honra de ser indicado em várias premiações como o BAFTA, SAG Awards, Globo de Ouro e o Oscar. Embora não seja o favorito para ganhar na categoria, sua indicação certamente foi o suficiente para mudar sua vida.

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bradley_cooper_beard_curls_richie_dimaso_american_hustle_filmBradley Cooper – Trapaça

O ator está provando que é muito mais do que um rostinho bonito. Apesar de ser bastante conhecido por sua performance em “Se Beber Não Case”, o artista tem mudado suas escolhas profissionais e guiado para um caminho onde ele pode mostrar muito melhor sua capacidade de atuação. Um exemplo disso é seu espetacular desempenho em “O Lado Bom da Vida”, que lhe rendeu indicações a diversas premiações do ano passado. Por coincidência ou não, ele repete a dobradinha com Jennifer Lawrence (“Jogos Vorazes – Em Chamas”) este ano. Apesar de não se cruzarem em “Trapaça”, os dois são excelentes e recebem novas indicações. Ainda assim, por melhor que ele esteja no filme, não acredito que seja digno de ganhar o Oscar. Ele tem uma questão importante com relação a brilho próprio. Cooper tende a deixar outros colegas roubarem seu momento, passando meio de plano de fundo em algumas cenas. Talvez sua indicação seja válida, mas ele certamente não está entre os favoritos. Vamos torcer e esperar pelo momento em que ele assuma o leme do navio e arrase com toda sua capacidade.

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Indicações anteriores: Melhor Ator por O Lado Bom da Vida (2013)

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Jared Leto – Clube de Compras Dallas

Jared está simplesmente maravilhoso em “Clube de Compras Dallas”. Além de ser um ótimo cantor, com sua banda 30 Seconds to Mars, ele consegue equilibrar sua vida artística de forma a ser excelente em tudo que faz. A dedicação na sua carreira é impressionante. Assim como aconteceu no filme “Réquiem Para Um Sonho”, neste Leto perdeu muitos quilos para interpretar o travesti Rayon. A sua magreza impressiona, comove e incomoda durante todo o longa. Auxiliado por sua genética, que lhe concedeu traços finos, Jared não apenas se veste como mulher, como fica idêntico a uma e muito bonita. É incrível quando ele surge no filme e simplesmente rouba todos os holofotes para ele (o que pode ser um grande problema, inclusive, para Matthew McConaughey [“Como Perder Um Homem em 10 Dias”], que perde brilho durante o filme). A primeira cena em que aparece, seu prêmio no Globo de Ouro já é completamente justificado. E não acho que seja presunção ao dizer que tenho certeza que Leto levará o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. E será completamente merecido.

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Michael Fassbender – 12 Anos de Escravidão

O ator irlandês interpreta o impiedoso senhor de escravos em “12 Anos de Escravidão”, onde espanca e estupra sua escrava favorita, interpretada por Lupita Nyong’o. Não que sua performance não seja boa, mas ele apenas deu o azar de cair em um ano muito difícil. Em um ano onde Jared Leto (“Réquiem Para Um Sonho”) deixou poucas chances para os concorrentes. Ainda assim, Fassbender demonstra toda sua naturalidade e maestria ao entrar em cena. Ele consegue se impor, ter presença,o que casa perfeitamente com o personagem que interpreta. Ele é, de fato, um senhor de escravos e consegue transmitir todo seu desprezo com um único olhar. Essa é sua terceira parceria com o diretor Steve McQueen (“Shame”) e todas se mostraram acertadas, como o ninfomaníaco em “Shame” e o prisioneiro que inicia uma greve de fome em “Hunger”. Em todos esse trabalhos, Fassbender “mostra para o que veio” e consegue atrair os holofotes para si. O problema que pode realmente levá-lo a perder o Oscar é a presença espetacular de Jared Leto.

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Jonah Hill – O Lobo de Wall Street

Hill está excelente em “O Lobo de Wall Street”. Para quem está acostumado a vê-lo em filmes de besteirol como “Zoolander” e “Superbad – É Hoje”, não acredita que ele realmente tenha um potencial além da comédia debochada. Ele está fantástico em muitas cenas do filme e a dentadura utilizada dá o tom perfeito no seu papel de superficialidade e preocupação com sustentar uma imagem que não existe. Principalmente as cenas em que ele aparece se drogando com Leonardo DiCaprio (“A Origem”), Hill mostra uma naturalidade impressionante e um potencial escondido. Ele continua sustentando uma posição de comédia, mas pode ser levado à sério ao mesmo tempo. Surpreende, realmente, a qualidade de sua participação no filme. O problema com relação ao tão sonhado Oscar, no entanto, é o brilho roubado por seu colega de trabalho. DiCaprio atrai todos os olhares o tempo todo e isso dificulta a percepção dos desempenhos dos demais integrantes do elenco, como o próprio Hill. Ainda assim, além da indicação, vale a descoberta de um talento verdadeiro.

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Indicações anteriores: Melhor Ator Coadjuvante por O Homem que Mudou o Jogo (2011)

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