Urso do Pó Branco

Crítica: Urso do Pó Branco

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Urso do Pó Branco tem uma das premissas mais absurdas de 2023. O longa dirigido por Elizabeth Banks (As Panteras) conta a história de um traficante que nos anos de 1980 leva uma quantidade considerável de cocaína para uma reserva florestal nos EUA. O pacote é encontrado por uma espécie de urso local que fica viciado na substância e sob o efeito da droga se transforma em uma máquina de matar, colocando em risco a vida da população das redondezas que adentra em seu habitat.

Por mais absurda que a premissa de Urso do Pó Branco seja, o episódio de fato aconteceu em 1985 no estado da Geórgia. Na realidade, diferente do filme, o urso que consumiu a droga acabou morrendo, não resistindo aos efeitos da substância em seu organismo. No longa, a situação acaba sendo o estopim para uma história que ação cheia de violência gráfica, mas que nunca se leva a sério, se enquadrando como um típico filme B que faria sucesso nos anos 1980.

Urso do Pó Branco

Apesar de fincar seu pé em um período específico e conter aqui e ali claramente alguma referência do seu tempo, Banks acertou em não transformar Urso do Pó Branco em um filme refém da nostalgia. Em momento algum, esse afeto da diretora pela época deixa de lado a identidade daquela história. Infelizmente, em alguns momentos o filme se apresenta como uma narrativa trôpega e com dificuldade de foco, tamanha a quantidade de seus personagens principais. Os núcleos dramáticos centrais da história são representados por uma mãe (Keri Russell) em busca da filha perdida na floresta e um grupo de traficantes liderados pelo saudoso Ray Liotta. Nenhum deles apresenta qualquer densidade em seu desenvolvimento, nem é capaz de gerar qualquer afeto no espectador, ainda que a diretora conte com um elenco bastante talentoso.

O destaque dessa história é mesmo a série de situações absurdas protagonizadas pelo urso sob efeito de cocaína. Banks tem uma certa dificuldade em manter o fôlego e o interesse do público pela história, fazendo o espectador perceber que muitas vezes o roteiro não faz justiça à premissa do longa. O humor do filme funciona em um primeiro momento, mas logo dá sinais de desgaste, fazendo o longa soar como uma “piada de nota só”. De fato, Urso do Pó Branco é um passatempo curioso e que rende uma sessão moderadamente divertida para o espectador, mas não faz muita justiça ao interesse inevitável do público pela sua sinopse.

Direção: Elizabeth Banks

Elenco: Keri Russell, O’Shea Jackson Jr., Christian Convery

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