Crítica: Poltergeist – O Fenômeno

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Depois de todo esse alvoroço em torno do remake do clássico Poltergeist – O Fenômeno, claro que não podíamos deixar de conferir como resultou todo essa expectativa no cinema. Com elenco razoável e uma sinopse contundente, o filme fica na berlinda entre ser bom e ser apenas ok, deixando os espectadores um pouco reticentes.

A história é aquela velha conhecida. Uma família resolve mudar de casa porque o patriarca perdeu o emprego e vai para um bairro novo com seus três filhos. Logo a menina mais nova começa a perceber que a casa “se comunica” com ela e que episódios estranhos vão se repetindo pelos cantos. A garotinha acaba raptada pela televisão e os pais, juntamente com os irmãos, tem que buscar ajudar para resgatar a menina.

O problema começa quando tudo isso acontece de maneira extremamente rápida. Em questão de poucas cenas, a menina começa a perceber algo estranho na casa e é raptada. Não dá nem tempo do espectador se acostumar com a realidade de medo e suspense, quando tudo começa a se desenrolar. Acredito que isso tenha influenciado e muito no resultado do filme como terror, especificamente, o que deixa muito a desejar.

Cabe dizer que o diretor soube trazer esta versão para a realidade atual, preservando o conteúdo da obra original. A mistura entre tecnologia e o clássico é muito bem ponderada, sem causar choque no roteiro. Mas isso por si só não consegue salvar o filme. Ele é, antes de tudo, um longa de terror. Tenho a premissa particular que para um terror ser bom, tem que me fazer arrepender de ter entrado na sala de cinema. E não foi nem de longe o que aconteceu.

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Poucos momentos de medo fraco sustentam o filme, que foca mais no susto em algumas cenas. Sejamos justos ao dizer que este remake ganha do original ao retratar claramente como é o mundo paralelo em que a menina fica perdida, com todos os espíritos e “demônios” que a amedrontam. Isso assusta um pouco mais. Mas só isso também.

A presença de um personagem secundário que vai resolver o problema da casa e salvar a menina é muito interessante, mas puxa para o lado cômico, o que é um grande erro. Filme de terror não pode se propor ao cômico extremo, senão enfraquece as demais cenas. Ainda assim, o personagem cabe muito bem e compõe o enredo como um todo.

O elenco é razoável e consegue cumprir o objetivo de tudo aquilo. A menina mais nova que é sequestrada atua bem e convence o espectador. No entanto, nada disso consegue fazer com que o filme seja realmente assustador e esse é o maior problema de todos. Você acaba a sessão muito calmo, se assim posso dizer.

E sim, a sessão acaba muito rápido. Não que um filme como esse deva ser longo, mas 1h30 foi realmente muito pouco e fez com que as situações não se desenrolassem com mais clareza e ponderação. No final das contas, eu nem lembrei do filme na hora que fui dormir. Uma grande pena.