O longa nacional Polícia Federal – A Lei é Para Todos traz a história da Operação Lava Jato, realizada pela Polícia Federal com o objetivo de descobrir esquemas de corrupção de políticos e empresários. A história por si só é atraente e complicada ao mesmo tempo, especialmente por não ter um fim ainda. Falar sobre a corrupção do país em um momento como esses é entristecedor e necessário. Mas o filme não consegue fazer isso de forma expositiva e coerente. Falha miseravelmente na possibilidade de oferecer algo efetivamente importante para o espectador.
A produção do filme é bem feita, de fato. Cenas tensas e eletrizantes de perseguição, tomadas de câmera de qualidade cinematográfica, provando a evolução do cinema nacional, que vem mostrando seu potencial cada vez mais. A história é bem conduzida, de verdade. Mas perde quando se trata do roteiro, que é pobre e sem grandes momentos.
Por mais que o filme tente (ou nem tenta), não tem como ser apartidário. É notório que o enredo acaba favorecendo um lado da história, endeusando um pouco o juiz Sérgio Moro e colocado o ex-presidente Lula como vilão, em dado momento. Não há nenhuma sutileza nisso, mesmo que haja um esforço em parecer que a polícia está apenas fazendo o trabalho dela.
As atuações também não são exatamente memoráveis. Tirando Antônio Calloni, que apresenta um trabalho mais contundente e dedicado, o resto do elenco é superficial e forçado. Flávia Alessandra está empenhada demais em ser a “retada” que resolve tudo. Soa artificial. Enquanto isso, Marcelo Serrado está super canastrão no papel de Moro. Fazendo carão e tudo.
O grande problema do filme, no entanto, é a falta de ápice. Sabemos que a história no qual foi baseado ainda não tem um fim concreto, mas isso não é justificativa para o filme manter o mesmo ritmo do começo ao fim, sem presentear o especador com um momento mais empolgante. Falta um antagonista para o enredo. Também por isso, mas não apenas por isso, o filme não é nada além de meeiro.
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