Crítica: Pantera Negra

Pantera Negra é um dos melhores filmes da Marvel, definitivamente. E isso se apresenta muito cedo, de maneira bem clara. Elenco, roteiro, trilha sonora. Tudo isso funciona como uma orquestra bem ensaiada. Sendo assim, qualquer clichê que possa, porventura, surgir, é rapidamente esquecido, já que o produto final é excelente.

Diferente dos últimos filmes da Marvel, este é mais maduro e bem construído. O enredo é muito interessante e atrai o espectador, indo muito além de tiros e explosões. Existe uma construção de narrativa coesa, que dá ao protagonista a força que ele precisa na história. Além disso, os coadjuvantes são muito bem explorados, tornando o todo ainda melhor.

O elenco é um ponto muito forte do longa. No protagonista temos Chadwick Boseman que traz muita força ao personagem e sua história. É como se ele tivesse nascido para esse papel. Mas maravilhoso mesmo é o elenco feminino agregado que se destaca mais que o principal em diversos momentos. Lupita Nyong’o está excelente no papel, mas quem rouba a cena é Danai Gurira com uma personagem forte, marcante e cheia de representatividade feminina. Ela brilha em todas as cenas e o espectador fica torcendo para que ela apareça cada vez mais. Destaque importante também para Letitia Wright que faz a irmã do protagonista e é de uma naturalidade tão grande e divertida, que se torna apaixonante.

Temos ainda os veteranos Angela Basset e Forest Whitaker que funcionam como uma base de apoio para o elenco principal e mais composto por novatos. Eles aparecem em poucos momentos, mas em cenas importantes para compor a história e dar ainda mais força ao filme.

Especialmente por isso, Pantera Negra tem uma representatividade muito forte. Mais de 90% do elenco e produção é composto por negros, além de um discurso de personificação cultural marcante. É preciso ter espaço para todos no cinema, em papéis importantes e não apenas secundários. É fundamental ter negros fazendo papéis de heróis e não apenas de escravos. É como disse Viola Davis certa feita: “é preciso ter papéis escritos para negros para que nós possamos nos destacar”. E esse filme é a tradução desta necessidade e o resultado não poderia ser mais maravilhoso.

O roteiro é muito bem escrito e conduzido. Tem alguns clichês, é bem verdade, mas como disse inicialmente, esse detalhe é esquecido. As construções narrativas são bem feitas e compostas de maneira a levar o espectador para a próxima cena. Tudo muito bem conectado, sem deixar nenhum fio solto. Além disso, o vilão é interessante e bem trabalhado. Ele não é apenas mau. Ele tem todo um histórico por trás que “justifica” suas ações e tentativas de frustrar o sucesso do mocinho.

As músicas da trilha sonora, por parte do artista Kendrick Lamar, também complementam muito bem o contexto do enredo, tornando o produto final ainda mais empolgante. Aliás, esse é um adjetivo que cabe muito bem ao longa. Empolgante!

Pantera Negra é um filme muito bom e necessário, que veio para marcar uma fase importante de representatividade no cinema e no mundo. Com certeza ficará na história e isso é fundamental. É um presente para o espectador e fã dos longas da Marvel.

Assista ao trailer!