Retomar um longa que fez tanto sucesso não é tarefa fácil, mesmo que você seja Paulo Gustavo e o personagem principal seja inspirado em sua própria mãe. A prova disso é que este filme é engraçado, mas não superior ao seu antecessor.
Dona Hermínia retorna famosa com seu programa de televisão, boa condição financeira, um novo apartamento e, teoricamente, a vida que pediu a Deus. No entanto, seus problemas familiares continuam os mesmos e ela parece não conseguir lidar com os filhos, cada vez mais encostados na barra de sua saia. Com a chegada de sua irmã dos EUA, ela se vê perdendo completamente a rotina, que já não era grande coisa.
O principal risco desta continuação é justamente aquele que toda continuação corre: o de se repetir sem acrescentar nada de novo. E ela cai um pouco nesse problema, mas nem tanto. Como assim? O estilo dos personagens se repete um pouco, os problemas são parecidos demais com o do primeiro longa e o ritmo não evolui. Mas por que “nem tanto”? Porque este roteiro insere alguns personagens novos que acrescentam um pouco à trama, embora sejam esquecidos ao longo das cenas, como o papel de Patricya Travassos, que depois de muito tempo sumida, reaparece no papel da irmã americanizada.
A história é bem engraçada e a roupagem deste enredo é mais formal e demonstra um amadurecimento do estilo do primeiro. O público realmente se diverte muito e consegue rir bastante. Fica uma sensação de dever cumprido por parte da franquia (será que teremos uma franquia?). O tema dramático também entra neste roteiro, assim como entrou no primeiro. Embora faça sentido e suavize as cenas de humor, fica um pouco forçado. Mas nada que prejudique o efeito do todo.
O filme corre o grande risco de virar uma franquia que se perde no meio do caminho e acabará se tornando mais um estorvo que ninguém mais aguenta assistir nos cinemas. Vamos contar com o bom senso de Paulo Gustavo para evitar que isso não aconteça. No final das contas, é uma obra que cumpre seu propósito e deve cair nas graças do público.
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