Crítica: Milagres do Paraíso

O longa Milagres do Paraíso traz uma história de superação através da fé e da esperança, mostrando que o poder da oração traz consigo um poder de cura também. Sim, é um filme bastante religioso e se mostra assim desde o começo. Baseado em um livro escrito pela própria protagonista da história, o enredo acaba chamando ainda mais a atenção do espectador.

A narrativa gira em torno da família Beam, que é bastante religiosa e frequenta a igreja todos os domingos, além de fazer as preces diárias. O casal com as três filhas vive normalmente e feliz, até que a menina do meio começa a sentir umas dores abdominais. Depois de correr várias vezes para a emergência, eles descobrem que a menina está com um problema digestivo grave e sem cura, e terá que viver se alimentando com sonda. Indignada com a situação, a mãe move céus e terra para conseguir melhorar a situação da filha, enquanto vai perdendo um pouco de sua fé e questionando o por quê daquela dor em sua família.

A direção do filme como um todo é um pouco exagerada trazendo tomadas de cena contra a luz que forçam um pouco a barra em alguns momentos. Além disso, tem algumas cenas e diálogos bem artificiais. No entanto, ainda assim, o filme consegue ser bastante interessante e intrigante. Devo afirmar que a percepção de cada espectador vai variar muito e depender da fé no impossível e na fé em Deus que cada um tem. Mas isso não vai tirar a atração do filme, de qualquer forma. O fato de ser baseado em uma história real ajuda muito.

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A escolha de elenco é um ponto forte, porém não tão bem aproveitado. Jennifer Garner conduz praticamente o tempo todo a narrativa e o faz muito bem. Ela é acompanhada de Martin Henderson, mais conhecido no mundo das séries, e por Queen Latifah , extremamente mal aproveitada no longa, protagonizando longos sumiços. As meninas que fazem o papel das filhas compõem um conjunto eloquente e o espectador realmente acredita naquela família. Um destaque interessante vai para o médico Dr. Nurko, interpretado por Eugenio Derbez, alguém que nunca tinha chamado minha atenção, mas foi uma agradável surpresa.

Apesar de algumas falhas e exageros, o filme consegue conduzir bem a história e se tornar interessante para qualquer tipo de espectador. A questão médica é uma grande responsável por isso, por tudo que representa e atrai em questionamentos. Definitivamente é um filme que conseguiu superar as minhas expectativas, que, confesso, estavam bem baixas. A relação genuína de mãe e filha e o esforço de todos para que a menina fique bem é realmente um ponto a mais na história.