Cena do Filme Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo

Crítica: Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo

Fugindo do padrão, o anúncio da sequência de um musical criou um rebuliço no público. Com o início do mês de agosto, os fãs de cinema recebem um presente belíssimo: a sequência de Mamma Mia!, de 2008. Com uma nova trilha sonora empolgante, um enredo cativante e um trabalho técnico incrível, o universo dos musicais ganha mais uma pérola. Mamma Mia! Lá vamos nós de novo chega aos cinemas nessa quinta-feira (2) para fazer com que o espectador relembre o sentimento puro de diversão de quando se é criança.

A nova película distribuída pela Universal Pictures segue os passos de sua história antecessora sem perder seu caráter próprio. Com sua narrativa dividida entre passado e presente, o elenco espetacular de Mamma Mia! levará o público a mais uma jornada encantadora e divertida pelo mundo da música. A partir das novas interpretações das músicas do ABBA, todo o cenário da juventude de Donna é apresentado para o público, mostrando em detalhes os fatos mencionados na produção de 2008.

Para homenagear sua falecida mãe, Sophie (Amanda Seyfried) reforma todo o hotel e o transforma no verdadeiro paraíso que Donna (Meryl Streep) sempre sonhou. Para a grande reinauguração que está se aproximando, Sophie convida as melhores amigas de mãe, Rosie (Julie Walters) e Tanya (Christine Baranski), e seus três pais, Sam (Pierce Brosnan), Bill (Stellan Skarsgård) e Harry (Colin Firth). Motivada por esse reencontro e por uma feliz surpresa – ela está grávida – Sophie irá mergulhar nas memórias e aventuras da juventude de sua mãe, período no qual Donna (Lily James) conheceu os três pais de sua filha, se estabeleceu na ilha Kalokairi e engravidou.

A primeira coisa que deve ser falada sobre Mamma Mia! 2 é o cuidado da produção. Cuidado em respeitar a ideia original do projeto, cuidado ao escolher as novas músicas e atores e, principalmente, cuidado ao dar continuidade ao trabalho feito por Phyllida Lloyd e Catherine Johnson, que fez a história dessa sequência em parceria com Richard Curtis (roteirista dos dois primeiros Bridget Jones). Ao lado desse esmero com a lealdade e respeito ao ideal da narrativa, o desempenho do diretor Ol Parker (Agora e para sempre, de 2012) é merecedor de aplausos. O trabalho de Parker não envolve nada impensado ou inédito, mas a fidelidade presente no produto final e, ao mesmo tempo, a existência de sua assinatura própria são qualidades admiráveis que merecem ser parabenizadas. Além de ter posto tudo isso em prática na direção, Parker segue a mesma linha de trabalho como roteirista da película.

Cena do Filme Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo

Ao lado desse trabalho técnico incrível e de uma produção dessa magnitude, nada mais justo do que ter um elenco  tão extraordinário. E é justamente isso que a produtora Legendary Entertainment entrega. Com o retorno dos queridos atores do primeiro longa-metragem e a participação dos novos integrantes, a Legendary forma um elenco completamente coeso que dá vida da melhor forma possível a mais uma aventura inspirada pelas músicas do grupo ABBA. É preciso destacar as performances de Lily James (Em ritmo de fuga, de 2017) e Amanda Seyfried (Os miseráveis, de 2012) que vão além e tornam a experiência do longa ainda melhor. Seyfried, com toda a sua maturidade artística, volta a interpretar Sophie com uma carga dramática aprofundada e presenteia o público mais uma vez com sua belíssima voz. Por outro lado, James se une ao filme para tomar o cativante lugar da magnífica Meryl Streep – o que não é uma tarefa fácil. O talento já provado pela atriz em seus últimos trabalhos – como o recente A hora mais escura, de 2017 – mostra que a jovem inglesa é capaz de ir bem longe.

Como um dos fatores principais da película, a trilha sonora fala por si só. Já disponível nas plataformas digitais desde o dia 13 de julho, o álbum de Mamma Mia! Here we go again (título original) é uma amostra do quão sensacional é o produto final e também é um lembrete do quão fantástico e marcante foi a história do ABBA. Mesclando algumas músicas já conhecidas pelos fãs do musical e interpretações inéditas, o público sairá das sessões cantando sem parar uma playlist tão marcante quanto a do primeiro longa-metragem.

Por fim – e para fugir do habitual – preciso sair da tentativa de objetividade para entrar na esfera pessoal. Por mais que esse seja um tipo de texto opinativo, sempre tento expressar minhas percepções da maneira menos parcial possível, para que não estrague nenhuma experiência cinematográfica. Hoje, contudo, me deparo com a necessidade de tentar descrever o indescritível. De um fã declarado e absoluto de musicais – em especial de Mamma Mia! que marcou a minha infância – para você que tem a mínima intenção de ir aos cinemas para ver essa obra, só posso te dizer uma coisa: vá! Não pense duas vezes, apenas se dirija até um caixa e compre o seu ingresso. A experiência de assistir esse filme foi uma mistura de nostalgia, orgulho e alegria. E este último sentimento é o resultado final da sessão, uma alegria infinita e pura. A leveza da história unida às músicas e seus respectivos números musicais fazem com que você sinta uma alegria genuína que se tem na infância e que me levou para os meus dez anos, quando assistia sem parar ao primeiro longa. Se você quer sentir essa sensação pura e única que só trabalhos especiais como este podem lhe proporcionar, corra já para o cinema mais próximo e se permita ser criança mais uma vez.

Assista ao trailer!