ogos Vorazes - A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes

Crítica: Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes

2.7

Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes era um dos filmes mais aguardados do ano. Não apenas pelos fãs mais assíduos, como por pessoas comuns, como eu, que apenas aprecia a qualidade inegável da primeira franquia. A história por si só já é muito atraente, misturando o absurdo daquela realidade hostil com o encantamento do romance que surge em cena. Aqui a proposta era conhecer mais sobre as origens do Presidente Snow e os caminhos que o levaram a ser a pessoa ruim que ele se tornou.

E, de fato, isso acontece, mas não forma como gostaríamos. O filme conta muito bem todo o contexto em que Coriolanus Snow esteve inserido desde a sua infância e todas as batalhas emocionais que teve que enfrentar no período da adolescência. Ele vai sempre apresentando pequenos sinais de sua maldade, que surge aos poucos, num terreno fértil para isso. O ator Tom Blyth, que tem poucas produções na filmografia, parece que vai tomando coragem a medida que o protagonista evolui. No começo, ele nos oferece muito pouco em atuação, mas isso muda a medida que a projeção avança.

A construção da vilã incorporada por Viola Davis (A Mulher Rei) também vai numa crescente, como uma serpente que entra num ambiente destilando seu veneno. Ela serve como um elixir de atração para Snow, que a princípio renega a sua semelhança com a vilã, mas logo começa a perceber todas as similitudes que eles carregam.

ogos Vorazes - A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes

Voltar à realidade de Jogos Vorazes é muito interessante, pois ela mostra que tem um potencial imenso para além de Katniss (Jennifer Lawrence, Que Horas Eu Te Pego?) e sua turma. No entanto, você pode se perguntar porque eu fiz uma ressalva no começo da crítica. Poucos são os filmes que são bem roteirizados e dirigidos, mas que são destruídos pela atuação de alguém. Aqui é o caso. A atriz Rachel Zegler (Shazam! Fúria dos Deuses) assume o papel da protagonista e eu, sinceramente, nunca vi uma pessoa tão ruim em tela, nos últimos tempos.

Zegler é completamente caricata, cheia de caras e bocas desnecessárias, incapaz de passar qualquer tipo de emoção verdadeira para os espectadores. Quando ela aparece em cena, é completamente sofrível! Aliás, chega um momento que a gente efetivamente começa a torcer pela morte da personagem, só para não ter que olhar mais para aquele absurdo.

Isso traz um prejuízo ainda maior para o filme, que é a incapacidade de sustentar um romance que eles querem que a gente acredite. Supostamente Snow se envolve com uma garota tributo e esse é o mote principal de Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes por uma boa parte do longa. Algo que não convence absolutamente ninguém. E, infelizmente, não existe Viola Davis nem Peter Dinklage (Eu Me Importo) que consiga compensar uma protagonista tão péssima como ela.

Dito isso, é extremamente frustrante perceber que Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes seria um ótimo filme, se não fosse arruinado por uma péssima escolha de elenco principal. Quero saber mais dos próximos passos de Snow, entender melhor a evolução da história até chegar na franquia anterior, mas só a ideia de passar mais um longa tendo que encarar Rachel Zegler, já me deixa com ranço prévio. Uma pena, pois o potencial era ótimo!

Direção: Francis Lawrence

Elenco: Tom Blyth, Rachel Zegler, Peter Dinklage, Viola Davis, Jason Schwartzman, Hunter Schafer, Josh Andrés Rivera, Fionnula Flanagan

Assista ao trailer!