Dois Irmãos - Uma Jornada Fantástica

Crítica: Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica

Chega aos cinemas nesta quinta-feira o longa Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica, mais uma animação super fofa da Pixar que trata com delicadeza de questões profundas. Ian (Tom Holland, Homem-Aranha: Longe de Casa) é um jovem que acaba de completar 17 anos e é um tanto deslocado no colégio. Ele vive com sua mãe Laurel (Julia Louis-Dreyfus, série Veep) e com o excêntrico irmão mais velho Barley (Chris Pratt, Jurassic World: Reino Ameaçado), já que seu pai morreu quando ele ainda era um bebê. Com a descoberta de um presente que o pai deixou para quando os filhos fossem maior de 17 anos, a dupla de irmãos tem que embarcar em uma jornada para tentar ver a figura paterna novamente, mesmo que por menos de 24 horas.

Toda essa história é envolta em magia desde o começo. O roteiro nos explica que o mundo era cheio de coisas fantásticas nos primórdios, mas que a facilidade de implementar a tecnologia acabou deixando isso de lado. Então hoje, seres fantásticos vivem como comuns, já que não que não precisam mais praticar seu lado mágico.

Ian é extremamente ligado à memória do pai. Então a simples possibilidade de conhecer ele por 24 horas é o suficiente para mover céu e terra neste objetivo. Por parte de Barley, ele só quer apoiar o irmão, sendo seu fiel escudeiro. Essa relação vai sendo construída desde o início do roteiro. Inicialmente, vemos o estranhamento e diferenças dos dois. Logo em seguida, percebemos que é justamente isso que os une e os torna completos como dupla.

Dois Irmãos - Uma Jornada Fantástica

Com o passar do tempo, o objetivo acaba sendo secundário e a jornada é o que realmente interessa. Ian percebe que não é a presença do pai que vai torná-lo mais completo, e sim a sua consciência de que ele teve no irmão, todo o suporte que precisava. O protagonista aprende a valorizar mais aquilo que ele já tem e aqueles que são presentes, muito além de buscar algo inalcançável.

Sendo assim, Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica fala sobre relações fraternais, sobre amizade, sobre tolerância com as diferenças, sobre crenças. Temos uma personagem que esqueceu a própria essência pela necessidade de ganhar dinheiro e se sustentar. Ela foi oprimida pelo mundo ao seu redor e vive superficialmente, fingindo que não tem poderes fantásticos e que não é frustrada por não usá-los. Note a profundidade de tais embates.

E como estamos falando de Pixar, tudo isso é envolto em emoções e sentimentos profundos. Os personagens vão apresentando suas camadas e questões que precisam ser trabalhadas. De uma maneira leve e divertida, a dupla de irmãos passeia por diversas nuances. Este é um filme de entretenimento para as crianças, mas de profunda reflexão para os adultos. O carisma dos personagens nos diverte a todo momento, mas os temas são tratados com muita sabedoria. E é isso torna ele perfeito para qualquer público.

Direção: Dan Scanlon
Elenco: Tom Holland, Chris Pratt, Julia Louis-Dreyfus, Octavia Spencer, Ali Wong, Mel Rodriguez, Lena Waithe

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