Crimes Obscuros

Crítica: Crimes Obscuros

Crimes Obscuros foi um dos últimos longas do ator Jim Carrey antes de anunciar uma pausa na sua carreira para se dedicar à pintura. O longa de 2016 demorou tanto tempo para chegar oficialmente no circuito comercial brasileiro que o ator já retornou à ativa com a série Kidding e o filme Sonic the Hedgehog, que estreia esse ano. Também justifica-se, o resultado não é dos melhores. É de um mau gosto atroz.

O drama criminal se passa na Polônia e é dirigido pelo grego Alexandros Avranas (Miss Violence) narrando a história de um detetive incorruptível investigando um caso de assassinato cujo cenário central é um casarão utilizado por homens poderosos para violentar mulheres e realizar orgias sexuais das mais sinistras. O protagonista acaba conhecendo um escritor e sua namorada e descobre que os dois o levarão às respostas por trás desse mistério.

Crimes Obscuros

Como o próprio filme denuncia pela paleta de cores da sua fotografia desde o plano de abertura, Crimes Obscuros é sombrio e não promete em momento algum ao espectador entregar uma redenção para seu protagonista. O longa é sustentado por uma trama policial que dá voltas e não chega a lugar algum, com resoluções que parecem escancaradas desde o princípio.

Esteticamente, o filme tem um gosto duvidoso, explorando milimetricamente as possibilidades plásticas que suas inúmeras cenas de estupro parecem, numa verdadeira falta de bom senso, inspirar no diretor. Jim Carrey se esforça num tipo que até então não tinha sido interpretado por ele em sua carreira, mas o ator está numa grande cilada mascarada como “filme de arte europeu”.

Ao final da trama inspirada em eventos reais, o espectador guarda na lembrança a percepção torta de amor dos seus personagens, que sequer é problematizada por seu realizador. A apatia e indiferença do olhar de Avranas para seu grupo de personagens – todos completamente desprezíveis – faz o público se perguntar: Onde o diretor precisamente quer chegar com essa história? Não há resposta pior do que a ausência de resposta para essa indagação.

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