Mal o público se recupera do desastroso O Exorcista: O Devoto e é surpreendido no mês do Halloween com mais um título ruim que resgata outro cânone do gênero. Cemitério Maldito – A Origem tenta ser uma prequela do clássico Cemitério Maldito, obra de Stephen King adaptada duas vezes para as telas, uma em 1989 e outra malsucedida em 2019.
Cemitério Maldito – A Origem chega para o público como um filme original do Paramount Plus e também como lançamento do Telecine. O filme dirigido por Lindsey Anderson Beer resgata um episódio da juventude do personagem Jud Crandall, homem que aparece na obra original para convencer o protagonista a utilizar os poderes do cemitério de Ludlow.
No projeto atual, Jud surge aos vinte e poucos anos nutrindo o sonho de sair de Ludlow com a namorada Norma. É então que o rapaz descobre que um antigo amigo de adolescência dado como morto reapareceu vivo. Intrigado com acontecido, Jud acaba puxando todos os segredos do passado do cemitério local, sua mística e a participação de seus antepassados na construção desse lugar.
Cemitério Maldito – A Origem é um filme difícil de se defender. O roteiro escrito por Beer e Jeff Buhler não tem cadência ou estrutura alguma, “cozinhando” o público por horas na evocação de uma tensão ou de um suspense que demora a chegar no seu clímax. Ao mesmo tempo, elementos como direção e o trabalho do seu elenco não conseguem despertar a torcida do público pelos personagens que compõem essa história. A despeito de figuras conhecidas no seu cast como David Duchovny, Pam Grier, Henry Thomas e Samantha Mathis, o peso do protagonista recai no jovem Jackson White vivendo um Jud Crandall sem inspiração ou carisma.
A condução de Lindsey Crandall Beer é protocolar, sem vida, personalidade ou humor para um longa de terror. A direção passa a sensação de completa indiferença e falta de entusiasmo com a mítica em torno do material original. Além disso, motes que são sugeridos pela história como a trama do grupo de amigos de adolescência que se vê obrigado a lutar contra um dos seus quando este se revela um zumbi ou dos veteranos de Ludlow que guardam um segredo sobre os antepassados da cidade são desenvolvidos na superficialidade ou deixados para trás tornando Cemitério Maldito – A Origem um filme do gênero sem brilho, distinção.
O longa é mais uma prova de que determinados cânones poderiam ser deixados para trás com o registro positivo do passado. Se é para revivê-los na forma de continuação ou prequela que ao menos movam esforços para fazer algo que valha a pena, como foi o caso de Doutor Sono, continuação de O Iluminado lançada em 2019. Do jeito que estão realizando esses projetos, fica difícil vislumbrar qualquer prognóstico positivo nessas empreitadas.
Direção: Lindsey Beer
Elenco: Jackson White, Natalie Alyn Lind, Forrest Goodluck
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