Chega aos cinemas esta semana o longa de terror Cemitério Maldito, inspirado na obra literária de Stephen King. A história já havia sido adaptada em 1989 e foi o maior sucesso na época. Com esse alvoroço, o thriller atual promete atrair muitos espectadores para se assustar nas salas de todo o país.
A história gira em torno de uma família que acaba de se mudar para o interior, por conta do trabalho do pai. O casal e os dois filhos, uma garotinha e um bebê, procuram uma vida mais pacata e sem os estresses da cidade grande. No entanto, assim que se estabelecem na casa que compraram, descobrem que um cemitério de animais domésticos faz parte da propriedade. A partir daí, eventos estranhos começam a se suceder na residência e na vizinhança.
Com um enredo que traz elementos do passados dos protagonistas, em especial a mãe, vivida por Amy Seimetz (Alien: Covenant), o filme vai se desenrolando e criando uma atmosfera de terror e suspense que envolve o espectador. Com cenas repugnantes e nojentas, a narrativa caminha para o desdobramento principal, que é a questão da morte e sua permanência.
A morte é o principal elemento de confronto com os protagonistas, que querem driblar o destino final da forma como podem, mesmo que isso signifique a perda da alma e da essência daqueles que conhecem. A cegueira conferida aos personagens é natural ao se pensar que fariam tudo para agradar a quem ama e tê-los de volta.
Jason Clarke (A Maldição da Casa Winchester) no papel de pai é tão comum e trivial quanto poderia ser. Embora seja um bom ator, não entendo exatamente o hype em cima dele, especialmente com filmes de terror. Falta um pouco mais de alma na sua atuação, embora ele tenha bons momentos.
Já a garotinha interpretada por Jeté Laurence (Boneco de Neve) é uma grata surpresa que conduz a trama com muita naturalidade. Podemos dizer o mesmo de Seimetz, que interpreta uma mulher traumatizada e assustada com seu passado, que parece ser a pessoa mais consciente da casa e das redondezas (embora tome atitudes duvidosas).
O que peca no filme, no entanto, é o ritmo. Ele demora a engrenar e tem um início lento demais para uma história que é predominantemente assustadora. A trilha sonora dá um bom adicional de suspense à situação, mas isso não muda a informação anterior.
Apesar de tudo, Cemitério Maldito é uma ótima adaptação cinematográfica do livro homônimo de Stephen King, mesmo que não seja a melhor delas. Vale a pena conferir, especialmente para os amantes de um bom terror sangrento!
Direção: Kevin Kölsch, Dennis Widmyer
Elenco: Jason Clarke, Amy Seimetz, John Lithgow, Jeté Lawrence
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