A Última Carta de Amor

Crítica: A Última Carta de Amor (Netflix)

2.9

Depois do sucesso de Como Eu Era Antes de Você, a escritora britânica Jojo Moyes retorna às telas com A Última Carta de Amor, longa lançado na Netflix e que conta com Shailene Woodley (série Big Little Lies) e Felicity Jones (Rogue One: Uma História Star Wars) nos papéis principais. Se no primeiro precisamos lidar com a frustração de um amor interrompido para sempre, neste conseguimos vislumbrar os percalços que um casal pode passar ao longo dos anos e como isso interfere no tipo de vida que eles acabam tendo.

Em duas histórias paralelas que se conectam, temos a jovem Jennifer Stirling, que acorda sem memória de um acidente de carro nos anos 1960 e o roteiro começa a contar o que aconteceu para que a levasse até ali: um romance proibido fora do casamento de fachada. Já nos tempos atuais, temos a jornalista Ellie Haworth, que casualmente encontra as cartas deste amor do passado e decide investigar sobre a vida dos envolvidos, juntamente com um colega de trabalho. Enquanto isso, lida com questões pessoais de relacionamentos amorosos.

Diferente do sucesso de 2016, esse filme tem um pouco de dificuldade de envolver o público justamente pela dividida de atenções. É como se as relações se privassem de grandes aprofundamentos o tempo todo em função do roteiro principal de envolver dois caminhos diferentes. E não é como se a história em si não fosse aprofundada. Conseguimos conhecer muito do que acontece nos tempos atuais e nos anos 1960 (mais neste último, que acaba sendo o foco).

A Última Carta de Amor

No entanto, a relação dos dois casais fica um pouco prejudicada em termos de amor verdadeiro, já que resta pouco tempo para cenas de close nos rostos apaixonados. Para além disso, o uso excessivo de clichês frustra o espectador, que pode ter vindo com grande expectativa depois de Como Eu Era Antes de Você.

O ritmo do filme consegue um bom trabalho em termos de equilíbrio nas duas histórias, sabendo exatamente em que momentos elas devem se contrapor. O diretor Augustine Frizzell foi assertivo neste sentido, mesmo não contanto com o roteiro original da própria Jojo Moyes, como foi o caso do primeiro longa dela. Ainda assim, falta entusiasmo, emoção, paixão.

Este tipo de romance proposto tem que arrancar suspiros do público, sorrisos encantados, mas não é o que acontece. Seguimos numa maré quase monótona de emoções esperando um pulo no peito que nunca vem. A Última Carta de Amor é um filme ruim? Longe disso. É um longa interessante mas com perda de potencial, que atribuo muito mais ao roteiro do que à obra original em si. Deixa um sentimento de frustração do que poderia ser.

Direção: Augustine Frizzell

Elenco: Shailene Woodley, Felicity Jones, Joe Alwyn, Callum Turner, Ben Cross, Ann Ogbomo, Nabhaan Rizwan

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