Em tempos de discussões sobre o machismo e feminismo, o diretor Tom Gormican (“Para Maiores”) traz um filme que passeia nesta seara com certo cuidado. A distinção já acontece no nome do filme (digo na tradução brasileira) que coloca em polos opostos a possibilidade de um relacionamento e o ato de manter a liberdade. Durante todo o filme, este duelo é mostrado de uma forma bem realista e objetiva. O longa peca, no entanto, por não conseguir se definir como comédia exclusiva, sua proposta inicial. Com cenas de romance, ele torna-se facilmente uma comédia romântica, o que pesa negativamente para seu enredo base.
A história fala sobre dois amigos (Zac Efron e Miles Teller) que resolvem fixar uma aposta com um terceiro colega (Michael B. Jordan), depois que este foi traído pela esposa. Eles se unem e afirmam que vão ficar solteiros pelo maior tempo possível, apoiando o recém-corno. Para eles, que já possuíam um histórico de cafajestagem, não foi tão difícil assim continuar fazendo o que eles já faziam. No entanto, como esperado, todos começam a se envolver e esconder os relacionamentos dos outros para não perder a aposta.
Machista define grande parte das cenas do filme, no entanto, o que declina mais é que é um machismo extremamente mal trabalhado. O diretor não assume o filme como masculino e resolve salpicar momentos de fofura ao longo do roteiro. O resultado é um meio termo indeciso que tenta agradar a homens e mulheres, mas não cumpre exatamente seu objetivo. Existem algumas cenas forçadas e desnecessárias, como o atropelo de um dos rapazes, quando ele corre para se desculpar da namorada, numa alusão clara sobre como aquela seria uma má decisão. Logo depois, o jovem se declara para a amada arrancando um “ohn” dela. Em cima do muro define.
Surpreende no contexto, no entanto, o uso de uma trilha sonora bem interessante e combinada com os momentos, trazendo mais suavidade e romantismo às cenas. Ponto positivo por um lado, já que agrada a quem aprecia este componente técnico, mas negativo por outro, já que, novamente, tira o foco da proposta do diretor, que é uma comédia puramente dita.
Ainda assim, o filme flui com muita naturalidade e é bem amarrado, conseguindo atrair o olhar do espectador e fazendo-o rir em muitos momentos (talvez nem tantos assim). Apesar de não ser um excelente filme, muito menos um excelente filme de comédia, “Namoro ou Liberdade” consegue entreter aqueles que procuram se distrair e relaxar um pouco do estresse do dia a dia.