Estreia nesta quinta-feira (20) Linda de Morrer, comédia nacional dirigida por Cris D’Amato, com Glória Pires no elenco. A atriz vive Paula, uma vaidosa cirurgiã plástica e dona de uma clínica que cria a cura para a celulite. Antes do lançamento do comprimido milagroso, Paula testa o produto em si mesma e sofre um ataque de nervos que causa sua morte. O espírito da personagem continua na terra para resolver a missão de salvar a vida daqueles que ainda irão ingerir o medicamento. Em parceria com o psicólogo Daniel (Emílio Dantas) e com a ajuda da médium Mãe Lina (Suzana Vieira), Paula tenta se comunicar com sua filha Alice (Antônia Morais), que também é filha na vida real, para evitar que seu ambicioso sócio Dr. Francis (Ângelo Paes Leme).
O filme teve sua pré-estreia em Salvador na quarta-feira passada (12) e estivemos lá para conversar com a diretora Cris D’Amato, que esteve presente no evento com o ator Ângelo Paes Leme.
Esta não é a primeira experiência de Cris D’Amato na comédia. Entre os trabalhos da diretora estão o filme S.O.S. Mulheres ao Mar e alguns episódios séria global Pé na Cova. Leia abaixo a entrevista que fizemos com D’Amato:
Coisa de Cinéfilo: O fato de Glória Pires e Antônia Morais serem mãe e filha na vida real afetam o processo de realização do filme? É mais fácil para elas passarem credibilidade na relação das suas personagens?
Cris: Na verdade, eu convidei a Glória para o filme e a Antônia passou por uma bateria de seleções, com mais de 20 meninas. É óbvio que a proximidade, a semelhança e a cumplicidade ajudam. Eu estaria mentindo se dissesse que não afeta em nada, mas ela (Antônia) se destacou e conseguiu superar as outras meninas. Eu não acredito em filme que não conte algo sobre relações e ela relação existe, entre mãe e filha. A gente fala sobre isso isso, como podemos tratar a vida um pouco melhor, tratar as pessoas, não precisa ser só mãe e filha.
Coisa de Cinéfilo: Recentemente, saiu um comentário em um jornal dizendo que o filme era uma espécie de comédia espírita, um subgênero de comédia. Como você enxerga essa definição?
Cris: Comédia espirita? (risos). A produtora (Iafa Britz) fez os filmes Nosso Lar e Irmã Dulce, então eu falei: “Sabe o que acontece? Vão achar que eu também estou fazendo um filme espírita” (risos). A gente brinca, de uma maneira muito delicada e respeitosa, com um templo espírita que não é candomblé, não é umbanda, é um templo que serve para o filme. É uma brincadeira.
Coisa de Cinéfilo: O filme trata sobre a busca pela beleza de maneira extrema, com atitudes radicais dos personagens. Você tentar trazer alguma reflexão ao público sobre os riscos dessa busca desenfreada pela perfeição e beleza?
Cris: Eu acho que sim. Temos que tomar cuidado com os remédios milagrosos. Eu sou uma pessoa vaidosa, gosto de passar creme, mas não acredito num creme que pode curar definitivamente a celulite, isso ainda não existe. Não acredito num remédio que você toma e perde dez quilos. Isso é mentira. Envelhecer todos nós iremos, morrer todos nós iremos. Vamos envelhecer com dignidade então.