Em uma aventura que mescla o universo da competição culinária com toda a ação da disputa ocorrer em uma floresta, Chef Jack – o Cozinheiro Aventureiro é um longa-metragem despretensioso, de narrativa simples, mas que agrada por sua leveza e construção amarrada. Trabalhando a relação de amizade e a resiliência de seu protagonista Jack (Danton Mello), o maior ganho da obra é conseguir equilibrar o tom aventureiro com as dinâmicas dos relacionamentos entre as personagens.
Este talvez seja o tipo mais complexo de crítica cinematográfica para se fazer, porque não existem elementos negativos ao ponto desta animação ser considerada ruim. Ao mesmo tempo, não há nada em termos narrativos, técnicos e discursivos que o coloque em um destaque de uma grande produção. Este é um filme honesto, que consegue prender a atenção do espectador na maior parte da projeção e que conta com figuras carismáticas, ajudando a manter essa conexão do público durante a exibição.
No entanto, há uma previsibilidade dentro do enredo, que torna a sessão cansativa. Pensando no próprio gênero de Chef Jack, a sua obviedade quebra a atmosfera de suspensão, que seria necessária para que a torcida pelos personagens principais se estabelecesse. Desta maneira, o que conecta quem assiste com a trama é o laço afetivo de Jack com seu ajudante mirim. A dinâmica da dupla encanta, porque a jornada dramatúrgica é desenhada de forma completa.
A amizade deles é desenvolvida progressivamente, com viradas dentro da história que vão ampliando os laços entre eles, através de marcas simbólicas, como no momento em que Jack ainda está egoísta e não salva o jovem garoto do exército de castores, mas, depois, o chef confia no menino para fazer toda a receita final sozinho. São nesses detalhes que o encantamento com o que está sendo contado se faz presente.
Por isso, é necessário dizer que Chef Jack – O Cozinheiro Aventureiro é divertido e uma boa opção para quem tem filhos ou crianças na família, para assistir em um final de semana de tarde. Além disso, olhar para uma animação nacional que tem uma qualidade técnica apurada também traz um orgulho para quem ama o cinema nacional. Não é um conteúdo para se criar grandes expectativas, mas que entretém de alguma forma, não sendo enfadonho na maior parte do tempo.
Direção: Guilherme Fiúza Zenha
Elenco: Danton Mello, Rejane Faria, Guilherme Briggs
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