Crítica: Porta dos Fundos – Contrato Vitalício

Quando um canal que faz sucesso na internet, no YouTube, resolve ir para o cinema, eu já coloco os dois pés atrás para não criar nenhuma expectativa negativa. Neste caso, Porta dos Fundos me ajudou muito pois demorou tanto para fazer propaganda do filme que quando eu descobri, já estava quase em cima do lançamento.

A história narrada é um tanto confusa, um tanto desnecessariamente misturada e muitas coisas acontecem ao mesmo tempo. Ainda assim, eles conseguem manter a essência do canal Porta dos Fundos, com seu humor sagaz, sua crítica discreta e contundente e a capacidade de trazer temas comuns do nosso dia a dia para debate. Acredito que por isso, o longa funciona razoavelmente bem. É atrativo para todos os públicos, mas principalmente para o fiel ao canal do YouTube. E sim, vejo que isso é no mínimo fundamental, uma vez que eles devem todo esse sucesso a esses espectadores on-line.

Gosto muito de todos os atores e vejo um grande potencial na equipe como um todo. No entanto, vejo que nem todos têm a oportunidade que poderiam para mostrar o talento. O foco acaba sendo maior em Fábio Porchat e Gregório Duvivier mesmo. Não que eles sejam ruins, mas os demais são tão bons quanto.

Por mais surreal que o roteiro possa parecer à primeira vista, até esse surrealismo propõe uma crítica e uma reflexão há várias questões da sociedade atual. Desde a roupa que eles usam, as falas ditas e até o cenário. Realmente é preciso um olhar crítico para compreender o longa como ele foi pensado. O sarcasmo está em todos os momentos.