Crítica: O Passageiro

O longa O Passageiro não procurou nos enganar desde o trailer. O que eu considero muito positivo, porque não há nada mais frustrante do que ser ludibriada por um trailer bem feito. Neste caso, já sabíamos desde o começo que seria mais um filme de Liam Neeson tendo que salvar a sua família em perigo em cenas eletrizantes de ação. Mais do mesmo, nenhuma novidade.

Liam interpreta um vendedor de seguros que passa por uma crise financeira e, para piorar, perde o emprego de anos. Voltando no trem no trajeto que fazia todo dia para casa (ele mora na região metropolitana), ele é interceptado por uma mulher estranha que faz uma proposta para ele. Ganancioso, ao ver o dinheiro envolvido, ele acaba topando, sem antes saber quais são as reais regras do esquema. Ele acaba envolvendo todo o trem e sua família em perigo.

O Passageiro não tem nenhuma novidade que justifique o investimento que a produtora deve ter tido. Não é uma história nova. É apenas um saco de clichês respingados e um monte de cenas que se esforçam para se tornar tensas. Liam Neeson é um bom ator, não podemos questionar. Mas a sua escolha de filmes nos últimos tempos é definitivamente lamentável. Ao invés de sair do mesmo de sempre e inovar, ele simplesmente entrou nesse looping do previsível e mediano.

Neste caso específico, o filme ficou abaixo da linha do mediano. A falta de lógica e coerência no discurso do protagonista e na linearidade do roteiro é bem complicada. Eles tentam usar a idade de Neeson a favor dele, mas falha miseravelmente. Essa fator é rapidamente esquecido quando as coisas começam a acontecer do nada e sem o menor propósito.

Não é um filme de todo ruim, acredite. Dá para assistir sem sofrimento. O problema é que quando você sai do cinema, mal lembra do que se trata. É muito previsível, se tornando mais um longa no meio de tantos outros parecidos. O diretor Jaume Collet-Serra, que tinha feito o ótimo Águas Rasas no ano retrasado, perdeu a mão em O Passageiro.

Assista ao trailer!