“When I was young, I never needed anyone, and making love was just for fun. Those days are gone”. Sim, sim, sim, é assim que o terceiro episódio de Bridget Jones nos cinemas começa, com muita Celine Dion tocando e nós já amamos desde o primeiro segundo de produção. Aliás, como não amar o retorno de uma das personagens mais icônicas de Hollywood, com todas as suas particularidades que fazem qualquer mulher ou homem se identificar? A produção de Sharon Maguire mostra logo para o que veio, sem fazer arrodeios e sem arriscar em novos estilos das comédias românticas atuais. Podemos perder um pouco no quesito inovação, talvez, mas à medida que a narrativa engrena, ninguém nem lembra disso.
Como não poderia deixar de ser (aliás, poderia, mas ainda bem que não foi o caso), Maguire, que também foi diretora do primeiríssimo longa lá de 2001, retoma a essência da personagem, seu jeito desastrado, seus medos, suas falas inconvenientes. É como se a gente conseguisse reviver tudo outra vez, especialmente depois do segundo episódio, que, embora tenha agradado, foge um pouco à regra.
Falando um pouco da sinopse, Bridget Jones está na casa dos 40 anos e não alcançou o sucesso amoroso que esperava. Ela terminou com Mark há algum tempo e ele chegou a casar com outra mulher. Logo no início desta trama, ela ainda tem que lidar com a morte de Daniel, com quem também já não se envolvia há anos.
Nós precisamos falar muito sobre Renée Zellweger. Sim, é impossível imaginar uma Bridget melhor do que ela e, após um período um pouco afastada dos filmes, fiquei receosa do resultado deste longa. Mas acredito que uma vez Bridget, sempre Bridget. Ela encarna o personagem tão perfeitamente que parece que nem se passaram 15 anos desde o primeiro longa (sim, também fiquei chocada com tantos anos). E claro que os sinais da idade se mostram e isso apenas acrescenta mais charme à personagem e seu estilo confuso. A sua dualidade de sempre pode ser vista em tantos momentos que é como se você realmente conhecesse a personagem pessoalmente.
Sua relação com Mark consegue sustentar o cansaço de uma relação de vai-e-vem e o encanto do amor verdadeiro. E é possível imaginar o quão difícil é esta dinâmica. Contracenar com Colin Firth definitivamente ajuda, principalmente quando ele traz toda a elegância e frieza de um britânico típico. O tempo, por sinal, foi generoso com ele.
Se sentimos falta de Hugh Grant e seu inconstante Daniel Cleaver? Certamente! Mas a compensação foi justa e bem representada por Patrick Dempsey. E é aí que reside o diferencial deste longa. Bridget não briga mais entre um romântico frio e um safado apaixonado. Ela está entre dois homens românticos e apaixonados, tornando tudo ainda mais confuso para ela.
Um ponto muito importante do filme é que, assim como Casamento Grego conseguiu fazer com sua continuação 15 anos depois, O Bebê de Bridget Jones também reuniu o elenco original, desde os principais aos coadjuvantes, o que claramente favoreceu para a atmosfera e o clima do longa como um todo. É muito bom ver personagens divertidos como a mãe, o pai e os amigos, interagindo de forma memorável com a protagonista.
Claro que o filme tem altos e baixos. A barriga falsa da gravidez de Bridget certamente é um dos pontos baixos, de tão mal feita que é. Além disso, algumas repetições dispensáveis e alguns diálogos previsíveis. Mas como você pode imaginar, nada que tire o brilho e o glamour de uma das melhores personagens da ficção cinematográfica. (Sim, posso ter deixado minha paixão pelo longa falar mais alto, o que fez vista grossa em alguns defeitos).
Quando a sessão acabou e os sorrisos tomavam conta de todos os jornalistas da sessão, eu literalmente me senti de volta à minha pré-adolescência, com todas as confusões femininas e crises amorosas. E uma sensação dessa, definitivamente, só Bridget Jones pode nos oferecer.
Assista ao trailer!