Crítica: Inseparáveis

Não me lembro se algum dia já saí de um filme no meio da sessão, por ele ser muito ruim. Uma vez saí porque fui numa sessão às 0h30 e dormi no meio do longa. Mas só. Inseparáveis, no entanto, já chegou inovando neste quesito e me fez levantar indignada.

O filme é a cópia do longa Intocáveis, uma produção francesa que fez o maior sucesso na época. Esta versão argentina, no entanto, está muito longe de sua obra original. Ela também conta a história de um tetraplégico e o jovem que vai cuidar dele. Mas é tudo tão sem novidade, que o espectador se entedia com muita facilidade. É uma cópia mal feita, frame by frame, sem atrativo algum, sem atuação surpreendente.

Existem algumas mudanças no discurso, é verdade. Mas isso só depõe contra. Este filme argentino é muito mais machista. Ele traz não apenas diálogos desnecessários, como cenas horríveis de assédio à mulher, que acaba se apaixonando pelo agressor. Além disso, o protagonista do filme original é negro e isso faz todo sentido na trama. Em Inseparáveis, o diretor julgou que isso não era necessário e colocou um personagem branco de periferia. Acontece que isso muda tudo.

O esforço dos personagens em fazer o espectador rir é sofrível e incomoda muito. É como se toda cena e diálogo fosse criado com esse objetivo, mas não é cumprido. Além disso, não há nenhuma química surpreendente entre a dupla principal.

Depois de uma hora de sessão, optei por sair da sala. Não me arrependi. Aparentemente, o resultado é pior que a obra original e o que eu havia assistido até então não atraía nem um pouco.

Assista ao trailer!