Crítica: Homens, Mulheres e Filhos

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Homens, Mulheres e Filhos é justamente aquele tipo de filme que divide completamente a opinião dos espectadores. Ou você sai do cinema dizendo “que filme ótimo”, ou dizendo “que perda de tempo”. Particularmente, fico na primeira opção e acrescento que o longa é um banho de pequenas lições de moral na sociedade que assiste. Paralelo a isso, uma boa escolha de elenco que atrai o espectador e envolve as cenas a todo o momento e em qualquer núcleo de histórias.

O filme envolve várias histórias que vão de interligando e falam basicamente de família e relações interpessoais. A internet tem papel importante no enredo e mostra o quanto as pessoas podem se transformar nela e mudar de personalidade. Situações vão acontecendo e o espectador simplesmente assiste situações muito reais de seu dia a dia, que passam despercebidas.

No caso de Jennifer Garner, ela é uma mãe psicótica que fiscaliza absolutamente tudo que a filha faz. Literalmente tudo. Ela entra nos e-mails, lê as mensagens, vê ligações, redes sociais, sendo que a jovem já tem 16 anos. O caso mostra a total falta de privacidade que a menina vive por conta da tecnologia. Enquanto isso, a menina, vivida por Kaitlyn Dever, que acaba sendo mais reclusa por conta do comportamento da mãe, começa a se envolver escondido com um jovem (Ansel Elgort) que sofre com o abandono recente da mãe. O desfecho deste núcleo é sofrido e complicado, mas mostra perfeitamente a superficialidade das relações, o nível depressivo dos jovens que se escondem em carapuças virtuais, entre outras questões que não entrarei em detalhes para não dar spoiler.

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Tem também a jovem anoréxica em que os pais simplesmente fazem vista grossa ou não conseguem perceber o problema que é mais que nítido para qualquer pessoa. A menina tem dezenas de fotos de modelos magérrimas no quarto, não come, tem aspecto de doente, fora a magreza excessiva. Paralelo a isso, ela tem a autoestima tão baixa que acaba se sujeitando aos caprichos de uma paixonite do colégio e acaba perdendo a virgindade da pior forma possível.

Outro núcleo principal é o casal que está junto há muito tempo e perdeu o eros da relação. Eles simplesmente não conseguem mais se atrair um pelo outro. Acabam se deixando envolver pela internet, achando que os relacionamentos virtuais não são necessariamente traições, em busca daquilo que lhes falta na relação física. O processo deles é muito interessante e mostra como, às vezes, o relacionamento têm problemas e as pessoas simplesmente não estão dispostas a lidar com eles.

Todo este processo de intervenções é pincelado com a narração da inconfundível Emma Thompson, que dá um tom diferente ao longa, como se fossem contos , histórias de aprendizado.

O filme como um todo é muito bom e segue a linha monótona que eu, particularmente, adoro. É uma comédia dramática, mas segue mais para o drama e faz o espectador refletir a maior parte do tempo sobre diversas questões de amor, amizade, família. Sobre como lidamos com o outro e como nossas ações são capazes de influenciar em tudo ao nosso redor. Vale muitíssimo a pena!