Crítica: Goosebumps – Monstros e Arrepios

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Carisma: Através de Jack Black, filme presta sua homenagem ao criador de Goosebumps

 

Sucesso da década de 1990 graças à imaginação do escritor R.L. Stine, a série literária de terror juvenil Goosebumps ganha uma nova versão cinematográfica em 2015. Goosebump também já virou série pela Fox, que trazia diversas histórias publicadas em cerca de sessenta livros, cada uma com universos e personagens diferentes. Tratava-se de um apanhado de narrativas feitas para o público infantil e adolescente, trazendo tramas com fantasmas e monstros que não necessariamente metem medo em um público mais experiente. A proposta de Stine é abordar tudo com muito humor em narrativas que geralmente trazem jovens em meio ao universo fantástico proposto pelo autor quando se mudam para um novo bairro e acabam de passar por eventos traumáticos.

O longa de Rob Letterman inicia sua história nos apresentando a um desses jovens, Zach, interpretado, Dylan Minnette. Ele acaba de se mudar para Greendale, no estado de Maryland, com sua mãe Gale, personagem da atriz Amy Ryan. Zach e Gale mudam-se para a cidade após um evento traumático na família e têm que se adaptar a nova vida na escola local, onde ele entra como calouro entre os alunos e ela passa a trabalhar na diretoria. A vida de Zach é colocada de cabeça para baixo quando ele conhece o seu estranho vizinho, interpretado pelo ator Jack Black, e sua filha Hannah, por quem o protagonista se apaixona. Inesperadamente, esta relação será o estopim para a libertação de uma série de estranhas criaturas aprisionadas em um outro universo e que passam a infernizar a vida dos moradores de Greendale.

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Abominável monstro das neves: Personagem é uma entre várias criaturas do universo de Stine que aparecem no longa

 

Tendo feito sua carreira basicamente na animação, com produções como Monstros vs. Alienígenas e O Espanta Tubarões – o único trabalho dele com atores de carne e osso foi um nada animador As Viagens de Gulliver, também com Jack Black no elenco – Rob Letterman demonstra outro fôlego em Goosebumps. Goosebumps – Monstros e Arrepios é um produto bem mais interessante na carreira do diretor. Com o roteiro de Darren Lemke (Jack, o caçador de gigantes), Letterman faz um filme metalinguístico que se enquadra na mesma categoria de alguns dos melhores filmes do gênero para públicos juvenis e que já se tornaram os icônicos clássicos da “Sessão da Tarde” dos anos 90, uma espécie de Jumanji dos nossos tempos, com todas as criaturas concebidas por R.L. Stine invadindo o mundo real e muita correria, gags, adolescentes lidando com a descoberta do amor e um adulto de passado conturbado, mas suavizado pelo humor e pelo carisma de uma figura como Jack Black.

Estruturalmente, Goosebumps – Monstros e Arrepios não subverte nenhuma regra, nem precisaria, sua proposta não é essa. A ideia é se apoiar em marcas do modelo de narrativa da “aventura juvenil” e entregar um filme que reverencia não apenas a série literária de R. L. Stine como também a série de TV que os contos originaram. Os responsáveis por essa adaptação inseriram figuras icônicas desse universo, incluindo a mais representativa de todas elas, o boneco de ventríloco Slappy, além disso encontram no filme uma forma de homenagear o seu escritor através do personagem de Jack Black.

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Ecos de Jumanji: Filme dialoga com a aventura juvenil protagonizada por Robin Williams na década de 90

 

Divertido e afetuoso, Goosebumps – Monstros e Arrepios é uma aventura juvenil que demonstra potencial para agradar públicos de diversas faixas e com diversos tipos de relação com a obra original, ou seja, iniciados ou não na série de Stine irão se esbaldar. Rob Letterman conseguiu criar o seu próprio parque de diversões nostálgico com uma pontinha de originalidade e um tratamento interessante a universos já concebidos em outra plataforma. Em suma, ele foi certeiro.