O longa Do Jeito Que Elas Querem pode ser o que chamamos de “farofa do cinema”. É aquele tipo de filme que não tem muito propósito nem motivação, mas que está lá e nós assistimos mesmo assim. Quando o elenco é tão de peso quanto esse, aí é que o interesse aumenta mesmo. E devo afirmar que essa “farofa” foi deliciosa.
A ideia da história é muito simples. Quatro amigas de longas datas e já na casa dos 60 anos, se reúnem todo mês para fofocar e discutir livros que leem em conjunto. Cada uma tem uma história de vida e de relacionamento amoroso, fazendo o grupo bem diversificado. Quando uma delas sugere a leitura do best-seller Cinquenta Tons de Cinza, todas ganham uma sacudida na vida, para o bem ou para o mal.
Que elenco não sustenta filme ruim, isso nós já sabemos. Mas quando o filme é apenas sem graça e coloca uma lista de atores ótimos, a coisa muda de figura. Neste longa nós temos Diane Keaton, Jane Fonda, Candice Bergen, Mary Steenburgen, Andy Garcia, Alicia Silverstone e correlatos. Não preciso nem dizer que é muito bom assistir esse time de peso contracenando, mesmo que o roteiro seja fraquinho e super previsível.
Estão todos bem e em clima de parceria constante. A química do elenco contribui muito para o resultado final de Do Jeito Que Elas Querem, pois confere fluidez. O filme, mesmo que curto, passa que o espectador nem sente. A curiosa relação imprevisível de Andy Garcia com Diane Keaton se mostra muito acertada, no final das contas. Já Jane Fonda é um espetáculo a parte em qualquer cena em que aparece.
Claro que o roteiro poderia ter sido melhor trabalhado. É uma série de clichês e desfechos óbvios que chega a duvidar da capacidade do espectador de ir além do que é proposto. E sim, isso frustra. Frustra pois não é porque a proposta do filme é ser uma comédia sem pretensão que a trama não pode ser melhor desenvolvida.
Mas é muito bom ver a terceira idade sendo retratada de uma forma mais atual e certeira. O filme tira aquele estigma de que a pessoa mais velha vai perdendo os objetivos e os desejos. Ele mostra que, sim, todos podemos ter sonhos e fazer planos, independente da idade. E isso é positivo em muitos níveis. Além disso, assistindo ao lado de uma pessoa de 67 anos, eu vi o quanto que esse público específico pode se identificar com a trama e se sentir representado.
Assista ao trailer!